Sabe, às vezes eu ligo a Smart da memória e fico reprisando nossos melhores momentos.
Ali,deitado no sofá da minha imaginação, fico
assistindo, rindo, comendo pipoca.
Imaginando você ali deitada comigo,
abraçados.
Como costumávamos fazer.
É tão bom reviver algo que foi tão bonito, tão marcante.
Momentos felizes que só de lembrar, me faz sentir tão bem...
Mas, de repente,
as cenas mudam,
e aparecem na tela das minhas lembranças, cenas tristes,
as quais não gostaria de ver novamente,
cenas que me machucam por dentro.
E por mais que eu tente trocar de canal, por mais que eu lute contra, por mais que eu aperte a tecla delete da memória,
por mais que eu queira tirar da tomada,
não adianta.
Num último esforço eu até cubro os meus olhos para não ver,
mas eu vejo,
de novo,
e de novo,
a mesma visão.
A mesma cena em que você disse adeus.
E, numa tentativa tola, desconectado por um momento da dor da realidade, eu novamente abraço você e imploro para que não me deixe, não vá embora.
Eu insisto nesse tolo devaneio,
dizendo que te amo,
prometo coisas,
dizendo que tudo vai mudar,
que vai ser diferente daqui pra frente.
Mas, tudo em vão.
Pois, como uma miragem no deserto da minha solidão,
você não está realmente ali,
é coisa da minha cabeça.
E, como uma névoa que machuca ainda mais meu coração, você aos poucos vai se desvanecendo nos meus braços,
escapando como água por entre meus dedos
e se vai.
Levada pra longe nas asas do vento.
De novo,
de novo,
e de novo.
Então, outra vez, você some na distância do meu pensamento, sem olhar para trás.
Nessa hora, eu não pego pipoca, nem deito no sofá.
Eu desligo a TV e
sento no chão da sala da minha tristeza e,
chorando, enxugo minhas lágrimas com minha própria saudade.
Você foi embora.
Quem disse que homem não chora...
TODA GLÓRIA A DEUS.