Quando os sacerdotes mandaram os guardas prenderem a Jesus, e eles não o fizeram por terem visto nele seriedade e terem ouvido palavras coerentes, e isto terem declarado aos sacerdotes, estes lhes perguntaram: Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus? Jo. 7:48.
Paulo numa de suas epístolas diz: “Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada. Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta. Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo. I Co. 8:7-12.
Com essas duas ocorrências queremos mostrar que o povo é dado a guiar-se por vista, e que, pela incredulidade dos principais e maiorais do povo, muitos também são induzidos a descrerem.
Nos parece que hoje não deve haver dúvidas de que o apóstolo Paulo era verdadeiramente um apóstolo e homem de Deus, entretanto no seu tempo veja o que aconteceu com os que se diziam irmãos:
Procura vir ter comigo depressa, porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. II Tm. 4:9-14.
Da mesma forma aconteceu com Jesus, veja:
Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Jo. 6:66 e 67.
Apesar de nós não sermos como muitos obreiros fraudulentos e nem adulteradores da palavra de Deus, poucos ou quase ninguém creu em nós. E como muitos se guiam por vista e não vêem algum milagre da nossa parte, usam isso como argumento para não crer que seja verdadeiro o que pregamos.
Ora, o Senhor não me enviou a curar, mas a pregar o evangelho. Além do mais o Espírito do Senhor opera em cada um segundo lhe convém. Por isso ele deu a uns para doutores; a outros, para profetas; a outros, para operadores de milagres; e a outros para operar com os dons de curar, etc. O Espírito é quem reparte os dons a cada um, como quer.
Qual é a nossa pregação?
Não temos ido aos homens com engodo, nem com palavras lisonjeiras, nem com sublimidade de palavras, mas com a verdade, com sinceridade e com muita certeza. Entretanto, assim como foi no tempo de Noé, assim é agora. Ele era pregoeiro da justiça, donde infere-se que ele conhecia a justiça de Deus, os seus mandamentos, a qual anunciava aos seus contemporâneos. Mas, assim como hoje, aquela geração não creu haver necessidade da observância daquilo que tem Deus determinado para que o homem seja achado tal como fora achado Noé: justo.
E ainda que muitos não creiam que seja possível para um homem ser justo diante de Deus, o seu Espírito, que viria para nos guiar a toda verdade e convencer o mundo da justiça, diz por João:
Filhinhos, ninguém vos engane, quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. I Jo. 3:7.
Mas perguntou o Senhor: “Quem deu crédito à nossa pregação?” Is. 53:1, p.parte.