DOIS ESTRANHOS E UMA CASA ASSOMBRADA
Por um instante, Ernesto imaginou ter escutado alguma coisa errada. E pediu ao desconhecido no bar, do outro lado do balcão, repetir o que havia dito. Lentamente, o homem bebeu um pequeno gole de uísque, e revelou num sussurro:
— Durante a noite, minha casa respira fundo.
Apesar do estranhamento, Ernesto não resistiu à curiosidade:
— E o que você faz?
Sem tirar os olhos do cálice ainda cheio de bebida, o sujeito respondeu:
— Finjo que não ouvi. É bem pior quando ela chora.