COQUETÉIS E CORAÇÕES PARTIDOS
O balcão de seu bar não era o ambiente ideal para uma mulher com tanta classe. Gustavo quis alertá-la, mas a morena parecia tão distante que ele preferiu servir o drinque duplo em silêncio. A mulher bebeu, e começou a chorar. Era tudo que Gustavo não precisava naquela noite.
— Vá pra casa. Não beba mais.
— Desculpe, eu nem sei o que dizer.
— Tudo bem.
Ao invés de seguir o conselho de Gustavo, ela permaneceu ali. E contou sua história. Mais um coração partido no mundo. O canalha não valia nada, mas ela ainda o amava. E sentia muita raiva por isso. Do outro lado do balcão, Gustavo, que há décadas ouvia histórias tristes, serviu outro drinque duplo.
— Este é por minha conta.
(*) IMAGEM: JACK VETTRIANO