O PRIMEIRO ENCONTRO
Trocou o vestido três vezes antes de se decidir pelo terninho básico; nada de pernas de fora. Estava muito frio e ela não queria passar a impressão de que congelaria apenas para agradá-lo. Na hora de se maquiar comprovou a teoria dos salões de beleza: parecer natural exigia ainda mais trabalho. Respirou fundo. Por um brevíssimo instante sentiu falta do olhar sereno de aprovação que o marido lançava antes de saírem. Não! Ela não pensaria nisso, pelo menos naquela noite em que, pela primeira vez, depois da separação, estaria com outro homem. Uma última olhada no espelho: haveria alguma mulher mais ansiosa do que ela? E menos original? Definitivamente não era a melhor hora para competir, nem para desvendar as aflições de sua alma. Tentou sorrir com alguma desenvoltura ao vê-lo esperando por ela. Durante o jantar à meia luz, bebeu alguns drinques a mais. Precisava descontrair. Deu certo. Relaxou tanto que dormiu enquanto ele falava.
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net