Volta!
Fiz um trato com Deus
E promessas futuras,
Tão meras, confusas
Pra você voltar pra mim
Me cansei da saudade
Que vem de mansinho
Doendo, sentida
Só pra me maltratar
Deixei a porta encostada
Com a chave ali pendurada,
Ao lado, do vaso
De bem me quer
Tomara, meu Deus tomara
Eu possa encontra-lo sentado
Com os pés na mesinha
De centro esperando
Por mim
Seu cheiro ainda está
No meu colchão
Ao lado, havaianas
Quarenta e dois
Do jeito que vc gosta
Deixei a toalha bem posta
Perfume de rosas floradas
Um imenso jardim
Comprei um vestido novo
Laçarote nos cabelos
Fiquei cantando baixinho
Uma nova canção ...
Será que ele virá?
Um barulho no portão
O vento, tortura danada!
Que decepção!
Fiz um trato com Deus
Me acertei na postura,
Não faço loucuras
É bem melhor viver assim
Me entreguei de verdade
A um novo caminho
Que trata de um ninho
Pra gente se aconchegar
No ombro seu nome marcado
Escrito “meu bem amado”
Eu nunca pensei
Terminasse assim
Tomara, meu Deus tomara
Eu possa encontra-lo sentado
Com os pés na mesinha
De centro esperando
Por mim
“Volta, vem viver outra vez
Ao meu lado
Não consigo dormir
Sem seu braço
Pois meu corpo está
Acostumado”
* Fazemos menção à versos de uma belíssima canção de Lupiscínio Rodrigues, no sentido de darmos mais ênfase ao conteúdo da letra.