PRETO NO BRANCO

PRETO NO BRANCO

Um dia desses, eu descarto a Marilena

Vou com outra pro cinema levantar meu baixo astral

Não é que eu queira falar mal dessa pequena

Que é um poço de problema e levou meu capital

Nos conhecemos numa roda de pagode

No período em que o bigode se trocava por milhão

E a palavra empenhada de um sujeito

Tinha quase o mesmo efeito que hoje tem o tal cartão

Tremi nas bases com o molejo da cintura

Daquele anjo de candura disfarçado em mulher.

Juntei os panos, utensílios de cozinha

E levei a danadinha pra morar no meu chalé

Tornei-lhe dama titular e respeitada

Mas convenceu-me a doce amada assinar um tal papel

Dando o direito a dinheiro, mordomia

E suíte, quem diria, no melhor arranha céu.

Vendi barato meu chalé pro Zé Pitomba

Tô vivendo feito pomba e a distinta ainda faz graça

Quando eu botar preto no branco tá fechado

Antes leio o tal tratado, assino sem beber cachaça.