Deixa as grades do portão
Permanecerem quebradas...
E, assim a poesia livre,
Por entre elas, escapa
Deixa àquela gaiola aberta,
Lembra-se da tela de Magritte?
Deixa o pássaro de nanquim
Pousar no papel Canson,
Enquanto, o menino brinca
Com as tintas, deixa ele sujar
As mãozinhas...
Deixa o café esfriando na xícara
Para observar o beija-flor no jardim...
Deixa o amor invadir teu coração,
Deixando teu mundo de cabeça para baixo,
Deixa a lágrima de saudade flutuar
Na lembrança daquele mágico beijo,
Deixa... deixa a Vida acontecer...