À mãe mais bela,
À mais rica ou feia,
Ousada ou comedida,
Viajada ou exilada,
Letrada ou empobrecida,
Às mães dos infiéis, dos generais,
Dos infelizes, dos amantes,
Dos encarcerados, dos desabrigados,
Às mães dos natimortos, dos filhos robustos,
Dos engraçados, dos bêbados,
Dos que vivem sem sustos,
Às mães mal-amadas, nem lembradas,
Às mães que nunca receberam uma flor ou alfinete,
Às mães que trabalham nas lanchonetes,
Hospitais, bordéis,
Mães que andam de moto e capacete,
Mães acamadas, assombradas,
Mães peregrinas, assustadas,
Volúveis, de varões vários,
De homossexualidade assumida
Ou contestada, mãe abandonada,
Mãe com um filho no estrangeiro,
Ou de paradeiro desconhecido,
Mãe esquecida, viva ou falecida,
Mãe lembrada sempre
Ou em único e derradeiro discurso,
Não importa, a todas as mães,
Também à minha querida mãezinha,
A quem devo existência, berço, nome,
Crença e gosto pela conversa
E pela escrita em verso ou prosa,
A minha querida Mãe do Céu,
Exemplo de extremo amor,
Os meus pensamentos e preces de hoje,
E a oferta de uma rosa simbólica
Em formato de homenagem virtual.