Artigo de primeira linha O fim... O que seria fim? O ponto onde algo termina e vê-se expirar de forma irrevogável? Ou seria a consumação de um objetivo previamente concebido? Talvez, ambos! Todos precisam ter um fim nesta vida, mas ninguém quer ver o fim desta vida. Há momentos em que desconfio ter adivinhado a que fim me destino em minha própria jornada. Todavia, sinto que ela está rumando rapidamente para o fim e aquela desconfiança não passa exatamente disso; só um palpite que não se confirma. Já o procurei dentro, já o procurei fora. Já o busquei em cima, já o busquei embaixo. Só que não tive jamais a certeza de qual seja minha finalidade. Todo dia é começo, todo momento é início, toda intenção é sempre a primeira. Essa é a sensação brotada em mim e, por ter sido ela a primeira, é a que ficou. No fim, a primeira impressão é a que fica. Angustia-me a ignorância do fim. Incomoda-me a incerteza do fim. Tortura-me a ausência de um fim. Só que, neste exato instante, como que por milagre, um lampejo me tomou de assalto. Tenho a impressão de que, no curso desta infinita divagação, talvez eu tenha descoberto o que sempre busquei. E essa impressão, diferentemente daquela outra, é nova em folha! Sim! Agora notei que o fim esteve onde sempre esteve e que, por incrível que pareça, ainda está. Desta vez ele não conseguiu me escapar. Lá está ele e eu não havia notado. Será que alguém mais notou? Aqui e agora, como em qualquer circunstância, seja qual seja a idéia que se faça dele, o fim está alojado no começo, como uma semente de princípio que germina pouco a pouco, até que não tenha mais para onde desabrochar.