O que omitiu-se?
Tem certos eventos que, se concebidos, mesmo por hipótese, surgem em mente como sendo impossíveis. Num certo momento, impõem-se como exequíves e, noutro, como intentos utópicos. Hoje, vi-me desse modo, mesmo sem querer.
Um pequeno projeto insuflou-me o espírito. Nem sei como, de modo repentino, o dito cujo brotou no núcleo de meu imo. Evoluiu veloz e preencheu com plenitude os mínimos contornos subjetivos de meu ser. Sim! De repente, vi-me possuído pelo desejo de correr o risco de cometer erros, pelo gosto pernóstico de obter sucessos.
Contudo, o que, de início, evidenciou-se como possível, de pouco em pouco, foi dissolvendo-se no éter, posto que dificultosos e cheios de óbices os percursos desse sonho que, mui célere, desdobrou-se em pífios desvios do sentimento.
Tentei, tentei e tentei! Porém, conforme o tempo fluiu, notei que meu gesto redundou infrutífero. Sei que posso insistir neste jogo por tempos e tempos porque sinto que logo, logo conhecerei seu desfecho.
Desistir, eu? Nem morto! Rejeito obtusos melindres. Evito, desse modo, que meu pequeno projeto fique em suspenso ou que fique com seu desenvolvimento interrompido. Se preciso for, recomeço isso tudo de novo e de novo e de novo. Hei de concluí-lo!
É lógico que, sem perceber, eu possivelmente o concluí. Revisei desde o início este pequeno discurso um sem número de vezes. Você, leitor, busque o que foi omitido neste tosco lero-lero e note que foi possível, enfim, o que eu quis construir, bem no modo e no jeito que concebi.
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Obs.: Quem chegue no intento de responder, por obséquio, evite comentos que denunciem o efetivo sentido do mistério no texto.