Há mãos que roçam os corpos
e instantaneamente...
se transmutam em palavras.
Há gestos que palavreiam ao espírito
porque são -linguísticamente!-
palavras transmutadas.
Há palavras que nunca se calam,
mesmo depois que desistiram...
de palavrear.
Há silencios
que no mistério das horas...
palavreiam pela eternidade.
É mister que se saiba:
-palavras são como o tempo:
Nunca voltam atrás!
E a poesia...há.
Para que as palavras
[ainda que reticentes ao palavrear!]
possam cumprir seu destino.
Nesse palavreado metafísico,
O poeta apenas obedece.