Abre-se com o crepúsculo,
em longo vestido branco.
Vem a aurora, novo modelo,
troca-se por outro rosa.
Fecha-se quando a manhã está no meio,
pois é com a lua, a sua prosa.
Lírio, exagero de beleza,
Uapé, pelos tupis batizado,
vitória da natureza,
Vitória Régia, Rainha dos Lagos.
Na lenda tupi-guarani,
uma índia, estrela pode virar,
se a lua, deusa Jaci,
a encantar, para no céu brilhar.
Todas as noites Naiá,
no sonho de ser escolhida,
vaga sob os raios do luar.
Ao ver, na água, a lua refletida,
certa da hora do seu encantar,
atira-se ao sonho de sua vida.
Jaci compadecida de Naiá,
não deixou de torná-la estrela,
que nas águas cintilará
ao refletir os raios do luar.
Vitória – régia, Rainha dos Lagos.
Uapé, encantada Naiá.
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