Esse soneto foi feito para o grupo "Ecos da Poesia", em comemoração dos 60 anos de direito humanos, podendo ser lido no link abaixo, onde outros poetas também deixaram suas contribuições.
http://ecosdapoesia.net/60_anos_de_direitos_humanos/sonetos.htm
Quando vejo o meu irmão passando fome
e sentindo o seu estômago colado;
imagino há quanto tempo ele não come
esperando um bom quitute ou ensopado...
Quando vejo uma vítima do mal
a chorar um filho seu, -que já morreu-
vejo o tanto que sofreu um nosso igual
que sem ter como escapar, já se rendeu...
Quando vejo que viver é uma batalha
onde o pobre -quando nasce- é condenado
a implorar o tempo todo: "Deus me valha!"
Nunca vejo uma sentença pro culpado
-que se lixa para a pecha de canalha-
quando há ouro, nas tais ilhas, bem guardado...