Faça o cliente se sentir cliente

Quem não se lembra da velha mercearia, onde cada um fazia suas compras, sempre por um balconista com um avental não muito limpo, as mãos calejadas e as vezes também não muito limpas. Esse balconista, grande parte das vezes era o proprietário do estabelecimento, ou alguém muito ligado a ele, geralmente um parente ou um funcionário de total confiança, e com uma capacidade de atendimento tão grande quanto o patrão.

Este estabelecimento, ainda existente em algumas cidades do interior, ou nas periferias de quaisquer cidades, tem algumas peculiaridades interessantes. Uma delas, é que o proprietário ou qualquer funcionário conhece cada cliente por nome, conhece a família e ainda conhece suas preferências pessoais.

Sabe que um cliente gosta de tomar uma determinada cachaça, com uma mistura diferente, em um copo com a borda de tal jeito. Sabe que a senhora é empregada doméstica de um doutor da cidade, e que o doutor gosta do queijo, presunto ou mortadela fatiado bem fininho, embrulhado em plástico, e não no papel de pão. Sabe ainda, que de manhã, alguém com um cachorro vem buscar o pão para o café da manhã, e que o cachorro gosta de um pedaço de carne seca, daquelas que fica pendurada atrás do balcão.

Com o tempo, criaram o auto-serviço, os supermercados, que já povoam até as pequenas cidades, ou a periferia das grandes. Menos funcionários, mais prateleiras, produtos em embalagens padrão e uma série de outras facilidades, aliados a uma série de outras dificuldades. No princípio, algumas pessoas não admitiam a possibilidade de pegar os produtos e colocar nas cestinhas ou carrinhos. Mas com o tempo tudo mudou. Hoje estamos no mundo do auto-serviço, não só nos supermercados, mas em lojas de conveniências, magazines e quase todo tipo de estabelecimento. Estamos cercados por serviços completamente impessoais. Cada cliente, guardados as proporções, é um número, um dado estatístico ou qualquer outra coisa, menos um cliente.

Acontece que muitas pessoas gostam de ser pessoas, e não números. São aquelas que gostam de ser chamadas por nome, gostam que suas preferências sejam atendidas e principalmente gostam do contato humano.

.Com o aumento dos estabelecimentos, do consumo, de produtos, marcas e toda a revolução no mercado que estamos vivenciando, isso pode ficar cada vez mais distante. No entanto, com o apoio de ferramentas adequadas, equipe com total envolvimento e motivação, pode ser que não chegue ao ponto de saber o nome de toda a clientela, mas pode-se saber com facilidade os principais, seus hábitos e consumo, tornando-os clientes humanos, com sentimentos humanos, e principalmente felizes em estar buscando atender suas necessidades e desejos naquele estabelecimento.