O PALCO DO TRABALHO
Somos um país que ao longo do tempo se consagrou em grandes conquistas trabalhistas, e tal fato é inquestionável.
Pontua a nossa história.
Talvez a maior delas tenha sido levar ao cargo de Chefe da Nação um brasileiro que históricamente caminhou como um dos maiores representantes das forças sindicais de grande expressão desde os anos oitenta.
O País de certa forma amadureceu políticamente, foi às ruas pedir eleições diretas a se despedir dum regime que estertorava seus ultimos suspiros entre tantos apelos pela democracia.
Eram os primeiros passos para que a voz do povo se tornasse a voz de Deus.
Mas, será?
De lá pra cá nem tudo foi flores, ainda que supostamente num terreno democrático.
As desigualdades sociais que obviamente sempre existiram num país de dimensões continentais exorbitaram-se e me parece que ainda continuam a dificultar o pleno exercício do estado democrático.
Para mim democracia é um conceito bem mais amplo, e demanda por consciência plena, pois apenas a consciência nos permite avaliar os caminhos, bem como o melhor meio de alcançá-los e trilhá-los.
A falta de discernimento talvez seja-nos a pior das "prisões", pois na verdade, nessa condição ninguém nos vê!
As dificuldades de se caminhar frente a tantos desajustes sócio- econômicos, atitutes proselitistas, escândalos políticos coroados pela impunidade, também pesam na carga de trabalho e no bolso do trabalhador, e pioram a qualidade de vida.
Num Sistema capitalista, me parece meio complicado exercer os teóricos ideais sindicalistas quando se é governo.
Há que se deixar os palanques e partir para o trabalho "em Campo".
Eu disse Trabalho.
Essa palavra sagrada que remove montanhas...
Porque não há mágica.
Aonde tem alguém apenas esperando, sempre tem alguém pagando...e outros aproveitando.
Há que se criar trabalho para que o mesmo continue a promover a dignidade social.
E no cenário atual, vejo que a "inadimplência social", a despeito do tudo que se fala, continua aumentando,e há que se considerar que quem paga a conta inadimplente, TAMBÉM é trabalhador.
Quem produz com o trabalho...é o trabalhador! Parece pleonasmo mas é bom que sempre se repense nessa redundância, para que não seja jamais esquecida.
Governo algum gera dinheiro.Apenas o administra.
E as comemorações continuam.Justas.
E comemorações...milionárias!
Aqui por São Paulo, a festa chama a atenção.
Uma festa cuja representatividade maior é de trabalhadores "do mínimo", contará com shows de artistas "de ponta", aqueles que costumam movimentar as massas, e com sorteios de dez carros "zeros" e cinco apartamentos.
E eu, nao tenho ainda respostas para a pergunta que me fiz: Esses 'modestos" brindes para a festa, quem os forneceu?
É doação de alguém que luta pela causa do trabalhador?
Bem, acho que deva ser, porque seria estranho se ganhar num sorteio algo comprado como seu próprio dinheiro...
Making off para as "luzes" dos discursos de sempre...
Em destaque, os palanques montados, e o palco a espera do show!
Porque o show nunca pode parar.
Mas é preciso um bom bastidor, e que os "contra regras" segurem as petecas...a contento.
Tenhamos todos um bom dia!