Marias da Penha e Amélias
Dia Internacional da Mulher
Marias da Penha e Amélias
O dia internacional da mulher foi comemorado com muitas festas em Varginha e todo o mundo. A lei Maria da Penha está aí. Realidade, porém, utópica, porque não temos como aplicá-la em todo o país. Mesmo Varginha sendo uma cidade moderna e eficiente, não tem ainda a famosa delegacia de mulheres, e tampouco temos como socorrer às “Marias da Penha”. Não temos uma casa de abrigo, não temos como empregá-las, nem como deixá-las aptas para o trabalho. Não temos psicólogos disponíveis para conversar com elas no momento da confusão. Falta tudo, e esta carência resulta na vítima voltando para o lar mais fragilizada e humilhada, e as agressões continuam. Continuam e continuarão, se você que agora lê, não fizer nada. Tivemos a eleição do Conselho da Mulher aqui em Varginha, e espero muito em breve, as eleições da diretoria. Eu tenho a honra de poder dizer que sou uma das fundadoras, juntamente com Meryvone, Izabel Braga, Flávia Mesquita, Célia, Roseane, Luciana,Rosilhane etc. Espero sinceramente que logo possamos nos reunir, e lutar por esta nobre causa. Que a Associação vise o bem estar de nossas mulheres, sem contar outros interesses. A noite do dia 7 foi muito gratificante para mim, que participei do encontro que ocorreu no Quartel Militar aqui em Varginha. Tivemos lá um sexólogo (Dr. Alencar), que esclareceu as mulheres presentes sobre DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), e também sobre mitos relacionados ao sexo, como masturbação, depilação, fecundação, etc. Sem vínculo religioso, ele discorreu sobre o corpo feminino, e seus tabus, como por exemplo, a masturbação, que é benéfica ao corpo, embora seja tabu. As mulheres têm dificuldade de se tocar, de se conhecer, pois envolve conceitos religiosos e sociais, enquanto que no homem, é provocado desde a mais tenra idade, e na mulher é sufocado. Como, por exemplo, quando chega uma visita e o pai diz, orgulhoso, “meu filho tem o saco roxo”. O menino também é convidado a fazer xixi em qualquer lugar, quando se vê “apertado”, e a menina, se se senta à vontade, é logo chamada atenção. Tocar o seu sexo então, é considerado um escândalo. Logo, a mulher não conhece o seu próprio sexo, mas deveria o conhecer. O sexo é saudável, mesmo que a sociedade queira que não seja assim, entre os jovens está liberado. E com a liberação feminina, automaticamente veio a liberação sexual. Hoje, tumultuada, até mesmo em alguns casos desenfreada, o que acredito que poderá se estabilizar. O que gerou também, um acúmulo de funções das “Amélias”. Tenho lido em diversos lugares sobre o bom tempo das “Amélias”, que tinham empregadas, só se encarregavam de filhos, que as mulheres de hoje estão sendo bobas. Porque acumularam funções. Engana-se quem pensa que as “Amélias” não trabalhavam, porque tinham empregadas e um provedor. Algumas sim, mas o preço era alto, e na classe menos abastada, a mulher gerava um filho por ano, um na barriga e outro no colo, eu mesma conheço uma pessoa que teve 27 filhos, e não tinha empregada. Lavava-se, cozinhava-se e passava-se e servia-se o marido, sem direito de reclamar ou reivindicar nada. Ele era o senhor absoluto, desde que “sustentasse” o lar que habitava. Muitas ainda apanhavam caladas. E, quando alguma moça engravidava, era expulsa de casa, tornava-se indigna, restando-lhe apenas a opção de ir para um prostíbulo, o que ainda ocorre em muitos lugares do país. E hoje eu vejo as novas “Amélias”, acumulando funções que devem ser divididas com os maridos, como lavar, cozinhar e passar. O lar é dos dois, e cabe aos dois preservar o ambiente em que habitam. Os filhos são de ambos, é lado a lado. Não é desejar a volta do tempo das “Amélias”, pois elas eram muito sofridas, e ainda o são. Cabe a você, mulher, criar seu filho com nova mentalidade, fazendo-o ver na mulher, a companheira, e não a empregada, a submissa. Se você lava a sua cueca, ele deve lavar a sua calcinha, sem sentir-se lesado. Por que não? A mulher segundo as estatísticas tem carga horária maior fora de casa e dentro dela. Pense nisso. Cabe a você colocar as coisas no lugar correto
Dione Fonseca.
Dia Internacional da Mulher
Marias da Penha e Amélias
O dia internacional da mulher foi comemorado com muitas festas em Varginha e todo o mundo. A lei Maria da Penha está aí. Realidade, porém, utópica, porque não temos como aplicá-la em todo o país. Mesmo Varginha sendo uma cidade moderna e eficiente, não tem ainda a famosa delegacia de mulheres, e tampouco temos como socorrer às “Marias da Penha”. Não temos uma casa de abrigo, não temos como empregá-las, nem como deixá-las aptas para o trabalho. Não temos psicólogos disponíveis para conversar com elas no momento da confusão. Falta tudo, e esta carência resulta na vítima voltando para o lar mais fragilizada e humilhada, e as agressões continuam. Continuam e continuarão, se você que agora lê, não fizer nada. Tivemos a eleição do Conselho da Mulher aqui em Varginha, e espero muito em breve, as eleições da diretoria. Eu tenho a honra de poder dizer que sou uma das fundadoras, juntamente com Meryvone, Izabel Braga, Flávia Mesquita, Célia, Roseane, Luciana,Rosilhane etc. Espero sinceramente que logo possamos nos reunir, e lutar por esta nobre causa. Que a Associação vise o bem estar de nossas mulheres, sem contar outros interesses. A noite do dia 7 foi muito gratificante para mim, que participei do encontro que ocorreu no Quartel Militar aqui em Varginha. Tivemos lá um sexólogo (Dr. Alencar), que esclareceu as mulheres presentes sobre DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), e também sobre mitos relacionados ao sexo, como masturbação, depilação, fecundação, etc. Sem vínculo religioso, ele discorreu sobre o corpo feminino, e seus tabus, como por exemplo, a masturbação, que é benéfica ao corpo, embora seja tabu. As mulheres têm dificuldade de se tocar, de se conhecer, pois envolve conceitos religiosos e sociais, enquanto que no homem, é provocado desde a mais tenra idade, e na mulher é sufocado. Como, por exemplo, quando chega uma visita e o pai diz, orgulhoso, “meu filho tem o saco roxo”. O menino também é convidado a fazer xixi em qualquer lugar, quando se vê “apertado”, e a menina, se se senta à vontade, é logo chamada atenção. Tocar o seu sexo então, é considerado um escândalo. Logo, a mulher não conhece o seu próprio sexo, mas deveria o conhecer. O sexo é saudável, mesmo que a sociedade queira que não seja assim, entre os jovens está liberado. E com a liberação feminina, automaticamente veio a liberação sexual. Hoje, tumultuada, até mesmo em alguns casos desenfreada, o que acredito que poderá se estabilizar. O que gerou também, um acúmulo de funções das “Amélias”. Tenho lido em diversos lugares sobre o bom tempo das “Amélias”, que tinham empregadas, só se encarregavam de filhos, que as mulheres de hoje estão sendo bobas. Porque acumularam funções. Engana-se quem pensa que as “Amélias” não trabalhavam, porque tinham empregadas e um provedor. Algumas sim, mas o preço era alto, e na classe menos abastada, a mulher gerava um filho por ano, um na barriga e outro no colo, eu mesma conheço uma pessoa que teve 27 filhos, e não tinha empregada. Lavava-se, cozinhava-se e passava-se e servia-se o marido, sem direito de reclamar ou reivindicar nada. Ele era o senhor absoluto, desde que “sustentasse” o lar que habitava. Muitas ainda apanhavam caladas. E, quando alguma moça engravidava, era expulsa de casa, tornava-se indigna, restando-lhe apenas a opção de ir para um prostíbulo, o que ainda ocorre em muitos lugares do país. E hoje eu vejo as novas “Amélias”, acumulando funções que devem ser divididas com os maridos, como lavar, cozinhar e passar. O lar é dos dois, e cabe aos dois preservar o ambiente em que habitam. Os filhos são de ambos, é lado a lado. Não é desejar a volta do tempo das “Amélias”, pois elas eram muito sofridas, e ainda o são. Cabe a você, mulher, criar seu filho com nova mentalidade, fazendo-o ver na mulher, a companheira, e não a empregada, a submissa. Se você lava a sua cueca, ele deve lavar a sua calcinha, sem sentir-se lesado. Por que não? A mulher segundo as estatísticas tem carga horária maior fora de casa e dentro dela. Pense nisso. Cabe a você colocar as coisas no lugar correto
Dione Fonseca.