O BAR PIETROS PIZZARIA

O BAR PIETROS PIZZARIA

Por Aderson Machado.

A primeira vez que fui a um bar para beber à minha custa foi no dia 06 de maio de 1974. E essa não era uma data qualquer, posto que se tratava de meu aniversário. Completava, nesse dia, 22 anos.

Foi uma comemoração solitária. Afinal, não convidara amigos nem parentes. Na verdade, estava comemorando duas coisas, ao mesmo tempo: o meu aniversário e o recebimento de meu primeiro salário como professor. A propósito, à época, ensinava no então Colégio Regina Coeli, situado na Rua General Osório.

O bar por mim escolhido pra essa dupla comemoração, foi o BAR PIETROS PIZZARIA, cuja localização era bastante privilegiada, por se ter, de lá, uma vista panorâmica da Lagoa do Parque Solon de Lucena - um verdadeiro cartão postal de João Pessoa. Esse bar era bem frequentado pelos pessoenses, bem como pelos turistas que visitavam o centro da cidade.

Havia pelo menos dois motivos para que o PIETROS fosse bastante movimentado: sua localização, e o fato do fechamento da tradicional Churrascaria Bambu, que teve seu auge aí pelos anos 50 e 60. Nessa Churrascaria famosos políticos e intectuais, jornalistas, quer da Paraíba, ou de outros estados, costumavam frequentar. Com a sua extinção, por volta do ano de 1973, boa parte de seus frequentadores migrou para o PIETROS, que era uma novidade, enfim, uma nova opção, em se tratando de bar.

O Bar Pietros Pizzaria, mais conhecido como Pietros, ficava localizado na esquina da Rua Padre Meira com a Rua Diogo Velho, que margeia a Lagoa. Na esquina oposta ficava um outro bar - FLOR DA PARAÍBA - , não menos movimentado do que o Pietros Pizzaria. Eu mesmo costumava ir aos dois, porém, preferia mais o Pietros.

É bom lembrar que já costumava ir ao Pietros antes mesmo da data no início referida. O fazia, normalmente, na companhia do mano Moacir Machado, através do qual conheci, no bar em apreço, o boêmio Mário Lins, conhecido frequentador das noites pessoenses, e ex-integrante da famosa Orquestra Tabajara, do Maestro Severino Araújo. Essa Orquestra, por sinal, ainda existe, e seu Maestro ainda está na ativa, porém radicado no Rio de Janeiro, há muitos anos.

Voltemos ao Pietros.

Era lá que sempre me reunia com meus colegas de magistério, para tirarmos o "pó-do-giz". Era essa a expressão que usávamos quando íamos beber logo após uma noite de aulas, mormente nos finais-de-semana. Dentre esses colegas, cito aqui o nome do hoje consagrado professor, conferencista e crítico literário, Hildeberto Barbosa Filho, que se referia a cerveja como "a loira gelada".

Havia, no Bar Pietros, vários garçons. Porém, um deles se destava dos demais em função de sua simpatia e prestimosidade. Tratava-se da figura de "Seu Biu", um homem de baixa estatura, no entanto, uma grande pessoa humana; digamos, uma pessoa da mais alta qualidade. Era o garçom preferido por todos.

Infelizmente, como o tempo é implacável, o Bar Pietros há muito já deixou de existir. Hoje, em seu local, existe um edifícil comercial.

Em todos que passaram pelo Bar Pietros, fica apenas a lembrança dos bons momentos de lazer lá desfrutados.

Quanto a "Seu Biu", não tenho notícias dele.

De qualquer maneira, fica aqui este registro, e a saudade desse recinto que tanto me fascinou, principalmente nos meus tempos de universitário.

Aderson Machado
Enviado por Aderson Machado em 15/01/2008
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