SIMPLES SABER.
Nós, homens do conhecimento, disse Nietzsche, não nos conhecemos; somos desconhecidos para nós mesmos. Assim sendo, não existe uma verdade absoluta sobre as coisas. Cada um aprende à sua maneira a melhor forma de viver seus dias e sua vida. Isso é sabedoria.
Ninguém, portanto, sabe muito sobre muitas coisas. Alguns acham que sabem, outros pensam que sabem, e outros tantos sabem que não sabem, mas desejam aprender. Isso é humildade.
Eu também desejo aprender muitas coisas com muitas pessoas: dos filósofos, dos poetas, dos deuses, dos orixás, dos ateus e dos homens simples.
Dos filósofos, cujo legado ainda é incontestável nas ciências humanas e exatas, seria mais fácil se eles usassem uma linguagem simples, sem artifícios e afetações. Ah, como seria bom se eles usassem uma linguagem delicada, concisa e direta!
Expressar-se, seja na escrita ou na fala, sempre foi uma questão presente ao longo da história da humanidade. Muitos sábios abordaram esse tema e, quase todos, condenaram a verborragia, a eloquência exagerada e a pompa verbal.
Gosto pessoal tem a ver com a individualidade e particularidade. Não se discute. No entanto, por mais que eu me deliciasse com os sábios filósofos de outros séculos, alinho-me com a experiência do homem simples. Ele tem a capacidade de tocar a minha alma.
Não existe saber mais ou saber menos; existem apenas diferentes formas de conhecimento. Ninguém sabe mais ou menos; cada um sabe um pouco.
A maior sabedoria reside na simplicidade das pessoas. Enquanto os sábios viviam solitários, tristes e angustiados, os homens simples vivem felizes e têm muitos amigos que compartilham um estilo de vida caracterizado pela despreocupação em relação a bens materiais, grandes projetos e normas convencionais.
O homem simples tem um coração boêmio e uma alma poética, repleta de sonhos e sentimentos intensos. A felicidade habita o coração dos homens simples!
Manoel Lobo.