Introjeção X Projeção

A neurose é, pois, o resultado da fuga, ou melhor, da defesa do indivíduo contra os

perigos da vida impulsiva, e esta defesa começa na infância.

O processo de introjeção e projeção que a criança sofre, é fixada, de um lado, às imagens internas e, de outro, às figuras reais dos

pais.

Sentindo-se perseguida pelas imagens aterrorizantes, a criança agarra-se aos

pais.

Quem duvida da existência de tais temores na criança, deve lembrar-se dos pesadelos, pavores noturnos e choradeiras sem motivo real.

Na procura de amparo, a criança agarra-se cada vez mais aos pais, continuando, desta forma, numa dependência exagerada da família e, mais tarde, de qualquer ambiente.

Os pacientes neuróticos, como vimos, são infantis e dependentes: transferem a todos

e também ao psicanalista a imagem dos seus objetos arcaicos infantis e reagem como assim o fizeram na infância.

O analista deve sempre lembrar-se de que a transferência é um processo complicado:

Como deve o analista usar o mecanismo da

transferência?

A única regra que ele impõe ao paciente é aquela da associação livre:

O paciente deve dizer tudo que lhe passa pela mente, seja o que fôr.

O analista não faz perguntas em forma de questionário.

Naturalmente, é bastante difícil cumprir esta regra da associação livre e ninguém é capaz de pôr de lado tôdas as restrições e conveniências que impedem, na vida diária, de ser franco e sincero.

A vida social obriga a uma certa hipocrisia, pois o quão seríamos insuportáveis se disséssemos a todos aquilo que pensamos intimamente?.

Mas o psicanalista não pode abandonar a técnica da associação livre, porque são justamente as resistências contra tal sinceridade que lhes fornecem o material indispensável para o estudo e compreensão da neurose.

Will Juiz
Enviado por Will Juiz em 13/10/2023
Código do texto: T7907675
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