É NATAL NO GRUPO AMIGOS DA FOTOGRAFIA

"Não pergunte o que o país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo país"

John Fitzgerald Kennedy

A famosa frase de JFK , dirigida ao povo americano, “não pergunte o que o país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo país” continua mais atual do que nunca.

Nesse final de 2007, depois de muitos desafios, muito trabalho, muitos ensaios, muitas loucuras atrás das melhores imagens — nem sempre capturadas no mesmo nível dos anseios — muitos encontros e desencontros, discussões e alegrias, penso que é hora de balanço geral.

É chegado o momento de avaliarmos o que fizemos pelo Grupo Amigos da Fotografia de Ribeirão Preto para que ele chegasse até aqui, e o que poderemos fazer por ele, a fim de que nosso foto clube complete pelo menos seus primeiros cinqüenta anos, sendo o que é : uma escola, um refúgio, um estágio constante, um cadinho onde são fundidos egos, paixões, sonhos, desejos, fantasias, sob a luz natural do sol ou dos refletores, sob fleches ou relâmpagos de chuvas de verão.

Apesar da necessidade sempre premente de verbas para o desenvolvimento de novos projetos, eu sinto que o GAF nunca poderá vir a ser uma empresa , sob pena de perder seu encanto, sua magia, seu sabor que dá prazer.

O GAF, a meu ver, não é lugar para mercenários mas para abnegados que acreditam que a arte que não dá satisfação pessoal, não é arte, é ofício: e ofício, na maioria dos que compõem o GAF , todos têm.

Acompanhar o ritmo, e os devaneios ininterruptos de Elza Rossato — que brotam como água da fonte — não é para qualquer um : o João que o diga. Mas é sempre muito prazeroso vivenciar os resultados finais das suas loucuras: livros, exposições, bienais, salões de fotografia.

E nos momentos em que a falta de tempo, a dúvida, o cansaço, o estresse batem à porta do nosso GAF, são justamente os momentos em que não podemos exigir perfeição, emburrar por filigranas, mesquinhar alguns poucos reais, demonstrar ciúmes pela atenção dispensada em maior grau aos neófitos, faltar aos compromissos assumidos ou deixar de entregar fotos para exposições ou concursos.

É preciso nesse final de ano devolver à Elza e ao João, o presente de Natal que eles nos propiciam o ano todo cedendo estúdio, arreganhando amorosamente as portas da própria casa, arregimentando modelos, montando cenários, dirigindo e orientando a cada um de nós que deveríamos ser eternos aprendizes, respondendo a uma única pergunta: o que podemos fazer pelo GAF e não ficar cobrando o que o GAF poderá fazer por nós.

Alguns podem até achar que nossos estúdios já não estão à altura do próprio ego, e se afastam das lides mais cotidianas, só aparecendo de vez em quando para usufruir das energias positivas, que a sempre menina Elza espalha a mancheias, mas não poderiam se esquecer de que o Mestre dos Mestres nasceu numa humilde manjedoura, e que o Natal é momento não só de confraternização universal mas também de mudança de paradigmas, estabelecidos, se possível, em conjunto.

Que tenhamos todos um Feliz Natal e que venha dois mil e oito repleto de imagens à espera de mágicas capturas.

ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO

Tórtoro
Enviado por Tórtoro em 24/12/2007
Código do texto: T790664