A IMPORTÂNCIA DO RÁDIO
A IMPORTÂNCIA DO RÁDIO
Um fiel escudeiro, cheio de surpresas, uma caixinha que fala que encanta as crianças na mais tenra idade. Certa vez denotamos o espanto de um adolescente quando indagava: “Como pode essa caixinha falar”? Não tem fios e mesmo assim funciona. Era o milagre da tecnologia quando do lançamento do rádio portátil, do rádio a pilha. Algumas crianças chegavam a balbuciar milagre, milagre, milagre. O rádio sempre foi e será um fiel escudeiro do homem. A voz encanta, corta a noite, as madrugadas frias e calorentas, encanta no verão, no inverno e em todas as estações do ano. Lança ao ar belas melodias, através das ondas curtas, médias e de freqüências moduladas. É de bom alvitre a companhia do rádio, seja grande ou pequeno, ele transmite os grandes espetáculos, as grandes tragédias, e assim vamos aos confins do orbe se inteirando do que acontece. Aproxima os povos, desperta a atenção por línguas diferentes e nos leva a imaginar como será a vida em determinados países. Senhoras e senhores nosso alô, estamos no ar, tudo bem! Uma voz bela e suave soa do outro lado do nosso écran. “O rádio provoca uma aceleração da informação que também se estende a outros meios. Reduz o mundo a uma aldeia(...). Mas, ao mesmo tempo em que reduz o mundo a dimensões de aldeia, o rádio não efetua a homogeneização dos quarteirões da aldeia. Bem ao contrário”. Ganhar contornos lentamente, popularizar as transmissões essa era a missão inicial do rádio. Embora, a indústria fonográfica já existisse desde o final do século 19. Elba Dias da Rádio Clube do Brasil, no Rio de Janeiro se tornava musa do rádio. Incentiva cantores nessa fase embrionária, foi nesse período que surgem figuras exponenciais como Francisco Alves e Mário Reis. Surge então o interesse pela produção de discos e de espetáculos. O popular vai dando lugar ao erudito, a publicidade começa dar o ar da sua graça, fazendo com que o grande Roquette Pinto e Henry Moritze, desse um largo passo para a massificação pela busca incessante de anunciadores. A publicidade surge em 1º. De março de 1932, pelo Decreto nº. 21.11, que estipula o máximo de 10% de veiculação comercial sobre toda programação da emissora. O elenco fixo no rádio surge pelos idos dos anos 30. Surgem os artistas exclusivos, as rádionovelas, programas humorísticos e programas de auditórios. Surge então à comunicação de massa em 1940, no Estado Novo, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, alça o rádio à condição de veículo de massa, conforme o gosto dos ouvintes, sempre na busca excessiva dos grandes comerciais.
A radiodifusão é uma palavra de nossa língua equivalente em inglês a broadcasting, cuja sinonímia está relacionada a algo como semear aos quatro ventos. É isso que o rádio faz a emissão de sinais através de ondas eletromagnéticas. Existe diferença entre rádio e radiodifusão? Sim. Rá de radi(o)-1 + difusão, televisão e rádio, Transmissões por meio de ondas radioelétricas, de notícias, programas, etc., destinada à recepção pública. Compreende a radiodifusão sonora (o rádio) e a radiodifusão de sons e imagens (a televisão); emissão e transmissão de som e de imagens por meio de ondas radioelétricas; radiocomunicação. Já o rádio tem aspectos diferenciados, como radiofonia, onde se destacam o radioator e a radiocultura. Pode ser também um meio de comunicação que utiliza emissões de ondas eletromagnéticas para transmitir a distância mensagens sonoras destinadas a audiências numerosas. A radiotelefonia usa a mesma tecnologia, transmissão de voz sem fios e passou a ser utilizada, na forma que se convencionou chamar de rádio. Isso pelos idos de 1916, quando O Russo radicado nos Estados Unidos da América do Norte David Sarnoff anteviu a possibilidade de cada indivíduo possuir em sua casa um aparelho receptor. Com audiência ampla, heterogênea e anônima sua mensagem é definida por uma média de gosto e tem, quando transmitida, baixo retorno( feedback).
Os estudiosos Rabaça e Barbosa afirmam ainda ser o rádio um veículo de radiodifusão sonora que transmite programas de entretenimento, educação e informação. Música, notícias, discussões, informações de utilidade pública, programas humorísticos, novelas, narrações de acontecimentos esportivos e sociais, entrevistas e cursos são os gêneros básicos dos programas. Serviço prestado mediante concessão do Estado, que considera de interesse nacional, e deve operar dentro de regras preestabelecidas em leis, regulamentos e normas. No rádio a audiência deve se ampla, anônima e heterogênea. A mensagem definida com base em uma média de gosto, o retorno deve ser baixo, uma vez que a mensagem é emitida e o receptor não tem como responder, imediatamente, em sentido contrário. A recepção é simultânea e os recursos financeiros provêm da venda comercial que delineamos como patrocínio ou publicidade. Com o advento do rádio, surgiram às rádios livre e comunitárias que alteram toda essa realidade aqui exposta, e, mesclando os papéis de emissor e receptor. Os transmissores dessas rádios não são potentes, pois podem interferir no dial de seu receptor causando o conhecido ruído da comunicação e muitas vezes entrando na freqüência de outra. A mensagem radiofônica é o objeto da comunicação, nele estão juntos forma e conteúdo. O código pode ser verbal e corporal. Afirma (Marcelo Casado d’Azevedo). Muitos fatores são básicos para um bom desempenho do rádio em si. A capacidade auditiva do receptor, a tecnologia de transmissão e recepção, a fugacidade (Fuga rápida, grande rapidez; grande velocidade; transitoriedade, efemeridade), linguagem radiofônica, tipo de público, formas de recepção ( Escuta ambiental, escuta em si, atenção concentrada e escuta por seleção).
Como denotamos nas exposições e explicações nas entrelinhas dessa matéria fazer rádio exige muita responsabilidade e muitas regras devem ser obedecidas e a verdade como a ética deve estar sempre presentes. O comportamento do profissional de rádio deve ser exemplar, bem como os responsáveis pela programação e os donatários dos meios de comunicação. Ouvir, escutar, prestar atenção e compreender é o básico. A fonte deve ser verbal, visual e audiovisual essas fontes segundo a mexicana Maria Cristina Romo Gil são indispensáveis para retenção pelos sentidos dos ouvintes. O rádio ainda deve levar o fato no momento em que ocorre e resumido ao mínimo de detalhes. Dentro do rol da radiodifusão deve ser observada a análise qualitativa, o discurso que deve ter clareza e precisão, deve ser conciso, ter propriedades e repertório adequado para suas finalidades. Na linguagem é importante observar a retórica objetiva e subjetiva, estilo, ideologia. Já na audiência deve o profissional estratificar a escala social para onde está direcionada sua programação, visto que a classe de ouvintes vai da classe (A) a classe (E ). Classe A é composta de pessoas economicamente independentes. A classe B é a que está em ascensão social(pode ser alta e baixa), classe C é de pequenos funcionários e com educação secundária. Já a classe D engloba aquelas pessoas que lutam no cotidiano pela sobrevivência e estão em atividades sazonais e a classe E, define o estrato marginalizado do êxodo rural, do desemprego e da falta de política agrária, os sem terra. O rádio comercial tem um objetivo buscar as classes A, b e C, desprezando as demais. As emissoras educativas deveriam atingir todas as classes sociais, mas na realidade isso não ocorre. Deixa as emissoras livres e comunitárias para atender as classes menos favorecidas.
São indispensáveis numa empresa de radiodifusão os seguintes profissionais: Coordenador de produção, Coordenador de Programação, discotecário, discotecário-programador, produtor–executivo, locutor, supervisor técnico, técnico de manutenção, operador, sonoplasta, técnico de externas, operador de transmissor de rádio. Sem essa valorosa equipe o rádio não funciona bem. Existem as emissoras comerciais que usa outro esquema, emissoras educativas que são sem fins lucrativos e as emissoras comunitárias que surgiram em 20 de fevereiro de 1998, com a Lei nº. 9.612, tornando-as legais. As emissoras comerciais contam com o esquema de produtos, programação, espaço publicitário, clientes, anunciantes e ouvintes. Tem como direção uma equipe bem delineada como: Além da direção geral tem a gerência de jornalismo; gerência de esportes; gerência de operações; gerência comercial. A Gerência de jornalismo engloba o departamento de notícias, o departamento de produção e programação. A gerência de esportes o departamento de esportes; a gerência de operações está vinculada o departamento técnico e a gerência comercial o departamento comercial.
Olha o veículo, a história e a técnica do rádio são de suma importância, por isso os profissionais de rádio devem ter uma preparação bastante rigorosa, um profissionalismo voltado para o público ouvinte, onde haja respeito mútuo e programação de qualidade. Nos dias atuais será que essas nuanças acontecem com freqüência no mundo do rádio ou no ciclo dos profissionais de rádio? A programação está voltada para as classes aqui citadas? Existe respeito mútuo? As leis e linguagem são obedecidas. Caso contrário está se desvirtuando o trabalho a que o rádio se propõe, denegrindo a imagem do profissional e dos que fazem a radiodifusão no Estado, no Brasil e quiçá no mundo. Convém salientar que Luiz Artur Ferraretto um especialista no assunto mostra com todas as nuanças, tecnologias, deveres e obrigações como devemos proceder para alcançarmos um rádio de qualidade. Com lucro pela inserção da publicidade e ouvintes cativos pela excelência da programação e distinção dos profissionais que fazem o rádio e a radiodifusão crescerem. Sem ouvintes o rádio seria mais um no universo das comunicações. Uma semente perdida no meio das plantações. Aquilo que fazes é noticia de sua presença. Cada pessoa com a qual entres em contato é uma página do livro que estás escrevendo com a própria vida. Esses ensinamentos só se tornaram reais nos ensinamentos que imantamos nos bancos das academias de cultura, as Universidades e Faculdades.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE