ZAGALLO, ÍDOLO DO FUTEBOL BRASILEIRO E LENDA DO BOTAFOGO
Zagallo, com seus mais de 90 anos, pode ser considerado um patrimônio do futebol mundial. Mais do que ídolo de um clube, de um país, o Velho Lobo é, lenda do esporte mais popular do planeta.
Único a vencer quatro copas do mundo. Ganhou em 1958 e 62 como jogador; em 1970 como técnico e em 1994 como coordenador técnico, algo que ninguém mais conseguiu. E dificilmente vai conseguir.
Zagallo chegou ao Botafogo em 1958, já consagrado como campeão mundial, na Suécia. Foi amor à primeira vista com a torcida do Glorioso. Vestiu a camisa alvinegra por 300 jogos, marcando 23 gols.
Mais importante que isso, ajudou o clube a ser bi-campeão Carioca, em 1961 e 62 e bi-campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 64. Além disso, foi peça fundamental para o Botafogo vencer diversos torneios internacionais, tanto na América do Sul como na Europa.
No Botafogo, ele jogou ao lado de outras lendas como Didi, Nilton Santos e Garrincha. Extremamente disciplinado, jamais foi expulso de campo. Zagallo foi um jogador muito à frente de seu tempo, com inteligência tática absurda. Era praticamente um ala esquerda em uma época que ainda não existia a função.
Como ponta, ele sabia atacar quando o time estava de posse da bola, mas sabia também fechar os espaços e ajudar o lateral a marcar o ataque adversário. Nenhum ponteiro do futebol mundial até então havia feito isso.
Zagallo revolucionou o futebol dentro de campo. E revolucionou o futebol fora de campo, como técnico. Como técnico do Botafogo, ajudou o clube a vencer jogos e campeonatos, a manter sua grandeza. Inclusive o primeiro título nacional, a Taça Brasil (Campeonato Brasileiro de 1968) e dois estaduais.
Brilhou também em outros clubes e dirigiu a seleção brasileira em três Copas do Mundo: 1970, 74 e 98. Foi ainda coordenador técnico em 1994. A seleção de 70, campeã no México, vencendo todos os jogos, é considerada a maior de todos os tempos. Ou seja, Zagallo é treinador do maior time que o futebol mundial já conheceu.
Ainda como jogador, Zagallo já pensava como técnico. Isso lhe ajudou a sobressair. Nunca foi um craque como Garrincha ou Pelé. Era um coadjuvante, mas não um coadjuvante comum. Era um auxiliar de gala, daqueles que fazem a diferença. Corria para o time, passava a bola para os artilheiros se consagrarem. Era solidário ao time e entendia como poucos as funções táticas.
Qualidades que nem sempre os torcedores conseguiam ver, mas que todos os companheiros de times entendiam como gigantes para um time ser vencedor. E como era franzino, sem porte atlético forte, Zagallo compensava isso com velocidade, com fôlego extra e, com a leitura exata de como ocupar os espaços.
Era um mestre em estar em todos os lugares onde a bola estava. Algo que no futebol de hoje se tornou obrigação, mas que naquela época era uma revolução. Pode-se dizer que Zagallo, nos anos 50 já fazia o que alguns jogadores começaram a fazer no início dos anos 2000. Zagallo estava meio século à frente!
Como jogador e técnico usava muito a razão para a tomada de decisões. Mas sempre com muita paixão, com a emoção aflorada. Isso sempre é era transmitido aos jogadores e à torcida.
Conseguia contagiar a todos em sua volta. Por essa paixão que sempre demonstrou, tornou-se um dos maiores ídolos da história centenária do Botafogo, onde foi vencedor como jogador e como técnico. E mais ainda como torcedor, como alguém que carregou o clube dentro do coração.
E claro, se tratando de Zagallo, não se pode esquecer sua paixão pelo número 13. Sua superstição. E, diga-se, algo que sempre lhe trouxe sorte. E mais sorte ainda aos times que ele estava. Zagallo eterno: tem 13 letras á propósito!