ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
“Toda a terra tinha uma só língua, e servia-se das mesmas palavras (...)”, diz a Bíblia em Gênese 11, 1; 6-7.
Na opinião de Steven Roger Fischer, lingüista norte-americano, em entrevista a Eduardo Salgado, publicada na Revista Veja, de 5 de abril de 2000, pp. 11 a 15, está decretado o fim da língua portuguesa e de outras.
Para o importante lingüista “A globalização e a Internet devem aumentar ainda mais a influência da língua inglesa. (...). O lema hoje é aprenda inglês e prospere, ou ignore e padeça”. E sobre a torre do Gênese, afirma que estamos nos encaminhando para a língua universal, a exemplo da existente antes do castigo divino.
Parece insuficiente e inocente colocar a questão do ensino-aprendizagem da língua portuguesa unicamente centrada na concepção e prática de uma metodologia que objetive o texto escrito em qualquer uma de suas modalidades.
A oralidade não é prestigiada nas chamadas aulas de Português. Famílias, escola e a
sociedade, em geral, estão excessivamente preocupados com a aquisição dos livros e outros materiais didáticos. Em conseqüência de tal estado de coisas, é proibido falar durante as aulas, o que é cinqüenta por cento, cômico e, cinqüenta por cento, trágico.
O mundo moderno e globalizado está infiltrando os seus tentáculos por toda parte. A língua se movimenta, acompanha a evolução sócio-histórica e se moderniza; desprende-se naturalmente de algumas características de épocas remotas. Para novos tempos e novas gerações há novas tendências e novos significados para a comunicação do pensamento. E para o ensino-aprendizagem de uma língua.
O sensível desenvolvimento das comunicações e o progresso tecnológico inserem alterações nas formas de escrever e de falar. O código lingüístico se renova enquanto pessoas conservadoras consideram ser a renovação natural um empobrecimento da língua.
O ensino-aprendizagem da língua portuguesa exige que se esteja consciente de ser a língua um ser vivo, instigante e interativo. “O objetivo final de uma aula deveria ser formar futuros pesquisadores, e não decoradores de matéria”, opina Kanitz, em artigo publicado pela Veja, de 29 de outubro