GOIÁS CARNE O cooperativismo como solução para a crise da pecuária no Estado
Em meados dos anos 70 uma crise num dos maiores frigoríficos goianos fez unir os pecuaristas, para manter o controle na venda do gado e se constituir como alternativa à comercialização do “boi em pé”.
Com o fechamento do matadouro, mais de 2 mil pecuaristas ficaram sem mãos atadas, totalmente desarticulados.
Surgiu neste momento mais uma vez a liderança de Otávio Lage, que em 1976, criou a Cooperativa Industrial de Carnes e Derivados de Goiás Ltda (Goiás Carne), em Goiânia.
Primeira cooperativa da área em Goiás e, talvez, do Brasil, o Goiás Carne montou moderno frigorífico e se tornou um modelo no país, abatendo 200 mil bovinos ao ano e exportando metade da produção para mais de 50 países.
Com o tempo, o negócio foi desinteressando muitos pecuaristas e entrou em crise. Otávio Lage – que na época não estava na direção da cooperativa -, com a ajuda do neto Rodrigo Penna, recuperou a saúde financeira do negócio, comprou a parte de quem queria vender.
Após a morte de Otávio Lage, a Goiás Carne, totalmente viável e competitiva, foi vendida para o Frigorífico Independência, do Mato Grosso do Sul, que depois revendeu para o Grupo JBS.
Durante quatro décadas, a Goiás Carne foi a principal opção de negócios dos pecuaristas goianos, entrando em cena num momento de perdas e incertezas para a classe produtora. Foi uma experiência de liderança do Grupo Otávio Lage, que extrapolou as fronteiras de Goianésia e beneficiou todo o Estado.