TV Globo ou para além do cidadão kane
Na década de 50 a Rede TUPI foi um marco na televisão brasileira, mas Assis Chateaubriand não chegou a formar uma rede poderosa como foi a Rede Globo na década seguinte. Resultado de uma acordo entre a Time Life e Roberto Marinho, o surgimento da Rede Globo em 1965, coincide com o auge da Ditadura Militar (1964-1984). Criada com o objetivo de levar ao telespectador brasileiro uma programação centrada no tripé: Jornalismo, novelas, programas de entretenimento como o Fantástico e Globo Repórter, a Globo foi se firmando como a mais importante rede televisiva do país.
A relação tênue entre a globo e a ditadura pode ser sentida numa entrevista do então todo-poderoso ministro da justiça da época, Armando Falcão, que tinha a prerrogativa de controlar através da censura a emissão e difusão dos conteúdos políticos, artísticos e culturais, de modo que estes conteúdos se adequassem ao concenso autoritário. Falcão diz que a Rede Globo nunca infringiu as leis da censura. Essa afirmação ilustra bem como havia um jogo de conviniências entre a ditadura e a Globo: o regime militar via na rede de televisão mais poderosa do país uma aliada, por sua vez, a TV de Roberto Marinho via na subserviência ao regime uma forma de consolidar seu poder.
Das coberturas ao vivo das enchentes no Rio de Janeiro, na década de 1970, noticiadas em “primeira mão” pelo Jornal Nacional, à manipulação do debate eleitoral na campanha a presidência em 1989; a Globo e o seu proprietário, Roberto Marinho, tiveram importância basilar nos bastidores da recente história política do Brasil, pode ser comparado ao anti-herói do personagem do filme de Orson Wells Cidadão Kane: Charles Foster Kane.
A Globo sem dúvida alguma tem dado uma contribuição decisiva na produção e exibição de conteúdos de qualidade e técnica apuradas, mas a sua influência vai além de sua audiência e ela tem se adptado aos novos tempos, com uma programação que surfa na crista da onda. Num pragmatismo camaleônico, está sempre de bem com os poderosos de plantão.
A relação tênue entre a globo e a ditadura pode ser sentida numa entrevista do então todo-poderoso ministro da justiça da época, Armando Falcão, que tinha a prerrogativa de controlar através da censura a emissão e difusão dos conteúdos políticos, artísticos e culturais, de modo que estes conteúdos se adequassem ao concenso autoritário. Falcão diz que a Rede Globo nunca infringiu as leis da censura. Essa afirmação ilustra bem como havia um jogo de conviniências entre a ditadura e a Globo: o regime militar via na rede de televisão mais poderosa do país uma aliada, por sua vez, a TV de Roberto Marinho via na subserviência ao regime uma forma de consolidar seu poder.
Das coberturas ao vivo das enchentes no Rio de Janeiro, na década de 1970, noticiadas em “primeira mão” pelo Jornal Nacional, à manipulação do debate eleitoral na campanha a presidência em 1989; a Globo e o seu proprietário, Roberto Marinho, tiveram importância basilar nos bastidores da recente história política do Brasil, pode ser comparado ao anti-herói do personagem do filme de Orson Wells Cidadão Kane: Charles Foster Kane.
A Globo sem dúvida alguma tem dado uma contribuição decisiva na produção e exibição de conteúdos de qualidade e técnica apuradas, mas a sua influência vai além de sua audiência e ela tem se adptado aos novos tempos, com uma programação que surfa na crista da onda. Num pragmatismo camaleônico, está sempre de bem com os poderosos de plantão.