LÁ E AQUI: PRECISAMOS DE UM SARKOZY

“Primeiro os deveres, depois os direitos “

Nicolas Sarkozy

Numa dessas noites em que a gente tem um tempinho para ver televisão, recebi um telefonema de uma amigo, maestro e professor, empolgadíssimo com o discurso de posse do presidente francês , Nicolas Sarkozy.

O texto, já traduzido, que me foi enviado posteriormente, também me encantou, especialmente, a parte pertinente à Educação.

Sarkozy diz o seguinte : “ Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura. Desde 1968 não se podia falar da moral, impuseram-nos o relativismo, a idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale tanto quanto o mestre, que não se pode dar notas para não traumatizar o mau estudante.

Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente, que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado, que não havia nada sagrado, nada admirável.

Era o slogan de maio de 68 nas paredes da Sorbone : “Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar “.

Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética.

Isto não pode ser perpetuado num país como a França, e, por isso, estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do estado sem trabalhar.

Quero criar uma cidadania de deveres”.

A partir de agora, quando no meu trabalho de educador, eu ouvir pais dizerem que a escola não sabe trabalhar com seus filhos, que não podemos “bater de frente” com os jovens, que repetir de ano poderá causar sérios traumas na personalidade em formação, que desrespeitar os colegas é parte dos exercícios de um curso de sobrevivência numa sociedade violenta, que os professores são obrigados a ouvir desaforos porque os pais pagam o colégio, que ameaçam mudar de escola caso não esteja assegurada a aprovação ao final do ano letivo, eu pensarei: precisamos de dirigentes que acreditem que primeiro os deveres depois os direitos, precisamos criar uma cidadania de deveres, precisamos de um Sarkozy,

ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO