ALGUÉM VAI “PICAR A MULA”?

Já se aproxima mais um feriadão, e próximo ao final do ano , os ânimos se aquietam, o cansaço nos abate, e um mutirão de pessoas das megalópoles sonha em afastar-se do stress.

Mero engano!

Afinal, é feriadão ou tortura?

Basta ficar um pouco mais atento, e perceberão que para sair da cidade é bom que se economize stress, pois irão precisar duma boa dose adicional da tal síndrome...

Eu não sei se ocorre apenas comigo, talvez sinal dos tempos, mas ultimamente sair do meu habitat costumeiro a enfrentar o feriadão em qualquer local, tem me parecido programa de índio.

Aliás, salve os índios!- e por falar em índio, embora seja apenas uma expressão, o que eu queria mesmo é fazer exatamente o tal programa!

Mas genuinamente!

Sem malas por fazer e desfazer...e longe da praia! Ao menos do mico das urbanizadas...

Encontrar um lugar perto, quieto, escondido, no coração da natureza, sem ondas de telefonia ou satélite, SEM FUMAÇA PRETA, saborear um peixe na brasa pescado logo ali, de sobremesa uma fruta de pomar, água só a de coco e a das cachoeiras, e tudo isso sem filas nem senhas de restaurantes, sem a muvuca dos shoppings, sem estacionamento, sem flanelinhas, sem filas e exploração nos pedágios, sem violência nos faróis, sem tráfego aéreo, sem nenhum tipo de atraso, e sem risco de “crash”. Talvez apenas o das frutas despencando das árvores...

Mas existe isso? Um paraíso próximo do inferno?

Enquanto procuro, percebo que para se aventurar aos feriados, ultimamente, temos que ter preparo de atletas!

Caramba, é uma verdadeira maratona de resistência física e emocional.

Aprendi finalmente que os feriados servem para esvaziar a cidade...e melhorar sua qualidade de vida!

Agora sim, fico torcendo para que todos “piquem a mula” para bem longe para que eu a possa “picar” a minha...mas sem sair do lugar...

Viajar pelos teatros, parques, cinemas, programação cultural, que aliás, nesse feriado aqui em |São Paulo, dará vez à literatura.

O corredor literário da Avenida Paulista promete...

Então...alguém ainda se arrisca a “picar a mula”?

E se ela empacar?

Eu por aqui rumo à minha fantasia, nem que seja para picar a tal da mula sem cabeça...aliás, perco a cabeça, mas não perco o juízo de me aventurar por aí...