CANSEI DE LULA-LÁ
Não votei pela reeleição do presidente Lula e por isso tenho sido alvo de muitas críticas. Muitas pessoas afirmam não entender os motivos pelos quais deixei de dar minha contribuição cidadã para deixar no comando da nação, uma pessoa tão boa e generosa como o nosso presidente; que muito tem feito pelos pobres; que descobriu as potencialidades da mamona para o desenvolvimento do biodiesel e que, como todo político, comete alguns deslizes, mas que nada ficou provado contra ele, que não sabia de nada.
A cada vez que escuto alguém falar assim, eu penso em como seria bom viver num país onde olhar pelo povo e melhorar sua condição de vida fosse uma das prioridades de todos os políticos; onde o povo não aceitasse pacificamente os desmandos praticados por seus representantes e não ficasse procurando justificativas para tal.
O presidente Lula, na minha modesta opinião, está criando uma geração de vagabundos com esta história de Bolsa Família. Está viciando as pessoas a receber “dinheiro do governo” sem “bater com um prego numa barra de sabão”. Ao invés de distribuir dinheiro para as famílias de baixa renda, o presidente deveria criar oportunidades de emprego para o País. Afinal, quem tem emprego conhece muito bem o caminho da feira, da farmácia, da escola, enfim, conhece todos os caminhos que direcionam uma pessoa rumo à dignidade.
O povo brasileiro não precisa de esmolas, como muito bem colocou Luiz Gonzaga numa de suas melodias: “meu senhor, uma esmola, para o homem que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão”. O presidente Lula, portanto, está viciando o cidadão brasileiro pobre a esperar por sua esmola mensal. Nada mais.
Não se pode, contudo, deixar de reconhecer que esta é uma atitude muito inteligente da parte dele, porque este ato populista gera votos que é uma beleza. Especialmente no Rio Grande do Norte, considerado como um dos mais miseráveis estados da Federação e onde a implantação da refinaria de petróleo não seria apenas uma questão de justiça pelo nosso potencial petrolífero, mas a redução de nosso déficit de empregos, que tiraria parte da população da condição de mendicância e o estado teria independência financeira. Tudo o que ele não quer.
No que se refere à plantação de mamona, matéria-prima para o biodiesel, não me parece que todos os pontos positivos e negativos da questão estejam sendo bem colocados para a população. Num texto publicado na Folha do Meio Ambiente datado de agosto/2006, um técnico da Sambra, multinacional americana, assegura que no ano de 1972 a mamona foi plantada às margens do São Francisco e em cinco anos a terra se encontrava completamente esgotada.
“Pegamos mudas selecionadas, diz ele, fornecidas pela Sambra e fomos buscar sementes híbridas na Unicamp. Em cinco anos a terra não servia nem para plantar macambira. A mamona esgota totalmente o solo de nitrogênio, degradando-o em pouco tempo. Os norte-americanos só incentivam o plantio da mamona na África e no Brasil. Técnicos da Embrapa garantiram que as terras precisam descansar por uns 20 anos para sua revitalização”.
Depois de ler o alerta assinado por Cláudio Viana (laudioyan@hotmail.com), a gente chega à conclusão de que o projeto do biodiesel poderá transformar o solo do Nordeste numa imensa massa improdutiva para as gerações futuras. Portanto, é hora de nossos governantes projetarem ações com mais responsabilidade, no que diz respeito ao meio ambiente.
Nosso presidente, infelizmente, não serve como modelo a ser seguido por nossas crianças. Ele se gaba com o fato de não ter estudado e mesmo assim ter vencido na vida; considera uma bobagem falar inglês e acha “chato” a prática da leitura.
Uma coisa, porém, é inegável: ele é um excelente pai. Prova disso é que quando seu filho foi descoberto recebendo cinco milhões de uma empresa financiada com dinheiro público e alegou haver recebido a importância com a venda de sua empresa Gamecorp, que não valia sequer um décimo da quantia recebida, Lula defendeu o filho veementemente, afirmando não admitir que o envolvessem “nessa sujeira”.
Ele só “esqueceu” de mencionar a que sujeira se referia, porque desde que assumiu o comando da Presidência, sujeira é o que não falta ao seu redor e ele ainda tem a ousadia de afirmar que tem mais ética e moral do que qualquer um neste País.
Até o mês de junho/2007, o governo de Lula já contabilizava mais de 100 escândalos, superando todos os outros que fazem parte da história do País. Mas o Brasil tem um presidente portador de deficiência: além de ter um dedo a menos, ele é cego, surdo e tem problema de fala. É por isso que ele não sabe de nada que acontece ao seu redor.