O abandono do prazer do sexo nas relações monogâmicas.

O abandono do prazer do sexo nas relações monogâmicas.

Fui dormir bem cedo, e em consequência disso, acordei por volta das duas horas da manhã, saindo da tenda e indo apreciar o desfile de planetas, estrelas e constelações num céu céu um pouco carregado de nuvens que prometem chuva.

Depois de espairecer uns minutos aspirando a renovadora aragem noturna, me pus a ver e responder os assuntos que eventualmente compartilho nas redes sociais, dentre os quais um deles me exigiu um mergulho maior na análise feita.

Ipsis literis, vou colocar aqui a resposta dada, e procurar explicar os meus postulados: "Excelentes ponderações, my lady. Mas que, no entanto, esbarram na realidade dos fatos observados nos consultórios de médicos, psiquiatras e terapeutas, é também no cotidiano. Há, notadamente na mulher madura, uma substituição do interesse sexual por outras práticas: tais como como cuidar de filhos e netos, boa comida e bebida, viagens, é alguns outros etceteras em que âncora a sua energia libidinal. Essa mulher idealizada que você descreveu tão bem, vem a ser exceção, e não regra, como seria desejável.

Já em relação a um comportamento monogâmico ou não, eu penso que tal comportamento, até mesmo como construção social, irá variar da necessidade de cada um, sendo muito difícil estabelecer um padrão para tal. Quanto à contundência do pênis numa cópula (os tais de tamanho razoável,o que reputo como muito subjetivo...) também não há como constestar, pois apesar de prepararadas naturalmente para o ato de parir, a vulva tem uma mucosa muito delicada, (A mesma de nossas bocas) e a fricção de uma ou várias cúpulas, dependendo do grau de intensidade das mesmas, expõe esse órgão a lacerações, fato que faz as mulheres fazerem uso de pomadas vaginais para minorar o problema."

O assunto abordado se refere ao comportamento monogâmico, ou não, do ser humano contemporâneo, um assunto, por si só, muito rico, e que pede clareza de raciocínio e amplitude de visão de mundo para não cairmos nas armadilhas de nossas próprias idealizações.

Se não, vejamos.

Não quero crer que se refute com facilidade o fato de que homens e mulheres tem reduzido o seu desejo sexual, a sua pulsão de vida, e a substituído por uma gama de atividades outras, entre as quais, as citadas na resposta dada acima.

Pois bem. O que pode ser analisado é o que nos faz menos propensos a gostar de copular com nossos parceiros fixos, (A tal relação monogâmica) dirigindo o nosso olhar para outras possibilidades.

Pessoalmente, não aceito o diagnóstico fácil de que o tempo mata o desejo pelo(a) parceiro(a), visto que este desejo está atrelado à inúmeras outras variáveis, tão ou mais importantes, que o manterão em bom nível por um longo período de vida partilhada, ou não.

Como acabei de explicitar, não é só Cronos o vilão destruidor do tesão nas relações monogâmicas, pois nessa empreitada esse deus recebe importante ajuda vinda de direções as mais diversas, dentre as quais destaco o cuidado com os respetivos corpos, a busca de renovação constante, a resiliência para entender e superar problemas naturais em qualquer relacionamento, além, e sobretudo, das características singulares de cada parceiro envolvido numa relação a dois.

Eis pois o que penso sobre o assunto (parte do que peso, óbvio...) e que coloco aqui para que possamos enriquecer ainda mais a nossa percepção sobre o tema epigrafado.

Por essas e outras a gente fica a saber que nem só com a enxada lida o ermitão...

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 01/12/2019
Código do texto: T6808124
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.