"FILHOSLATRIA"

"Meus filhos são tudo na minha vida. São eles que me dão sentido para viver. Depois que me tornei pai (mãe), sou uma pessoa melhor". É bastante comum ouvirmos hoje em dia expressões assim. Tais palavras décadas passadas eram praticamente impossíveis de se ouvir. Os pais daquele tempo não se preocupavam muito (para falar a verdade: quase nada), em querer agradar os filhos. A preocupação maior deles era em cria-los bem, educados e honestos para a sociedade na qual estavam inseridos. Embora a maioria deles fossem frios emocionante (um erro, a meu ver) aqueles eram bons tempos, porque a preocupação primeira dos pais era com o caráter a ser moldado e não com o agrado. Particularmente, confesso que sou um pai que mimo bastante minha filha (faço esta mea culpa), bem mais, por exemplo, que minha esposa que é menos "melosa". Gosto de beijar, abraçar, dizer que amo, acordar beijando, etc. No entanto, embora eu seja assim (não que minha esposa não fosse), não faço dela, minha filha, a minha razão de existir. Não coloco em outro ser (que não seja Deus), falho e imperfeito (ou seus filhos são perfeitos?) o meu sentido de vida. Antes dela existir eu já existia. Por isso, quando ouço pais alçando suas crias em pedestais quase que transcendentais, tenho a impressão de que além de cria-los de forma errada (quanta audácia minha), criam também cidadãos horrorosos para a sociedade. Sim. Porque filhos idolatrados e "ultra power paparicados" serão insuportáveis para a vida. Serão péssimos pais, amigos, profissionais, cônjuges, etc, e, quem irá suportar o ônus de uma péssima criação, somos nós, restantes dos cidadãos. Finalizando, ame seus filhos, de carinho, amor e tudo mais. Porém, não faça deles "reis e rainhas do lar". Quando for preciso espancar (calma, não espancar no sentido físico, mas, moral e ético), espanque sem dó e sem piedade. Porque no futuro são eles que irão te agradecer, pode crer.