O MAL NA MÍDIA E A MÍDIA DO MAL
Não podemos atribuir à mídia a invenção da violência, cada dia mais tirando nossa paz e tranqüilidade. Erram os meios de comunicação por divulgarem a violência? Evidente que não. Os fatos precisam ser mostrados, mas o segredo consiste em saber como contextualizar essa violência. Recentemente uma pesquisa mostrou que a visibilidade extremada do crime é uma das causas que potencializam a violência. Crimes, corrupção, desesperança, notícias ruins permeiam os espaços da mídia. Será que temos apenas isso pra mostrar? Ou divulgar o que é bom não ajuda a vender?
O bombardeio de violência disparado diariamente pela mídia pode criar uma perigosa resignação. Imaginamos que não há o que fazer e nos paralisamos, nos deixamos ser levados por pensamentos negativos, nos atendo a perigosas elucubrações e criando cenários mentais de caos e destruição. Somos o que pensamos, e se nos alimentamos coisas ruins, certamente elas nos chegam porque criamos uma atmosfera favorável.
Os programas chamados “Mundo Cão” têm grande sucesso, promovendo a condição de heróis marginais que passam a ser referências em suas comunidades, pois ficam famosos e respeitados quando passam na TV. A violência ocupa espaço na mídia mais do que o necessário, é o escândalo virando sucesso e a maldade best seller.. Recente pesquisa mostra que crianças brasileiras entre 3 e 10 anos assistem a 107 mil cenas de violência e a mais de 40 mil tiros por ano. O que esperar ?
A essência do jornalismo é a vocação para a informação voltada para a formação e educação de um povo. Ou nossos meios de comunicação retomam esse desafio ou estaremos fadados a acreditar que o bem prevalecerá sobre o mal.