Obidos - Pará - De Aldeia Pauxis à Vila de Óbidos
INTRODUÇÃO
O artigo “Fundação de Óbidos” tem, praticamente, como data limite, 02 de outubro de 1697a data criação da Aldeia dos Pauxis e considerada a data de fundação de Óbidos, atual município do estado do Pará, norte do Brasil.
E, este irá ter como referência a data de elevação da Aldeia Pauxis à Vila de Óbidos. Somente nesse evento que o nome Pauxis, sempre referência ao local, é substituído por Óbidos.
ASPECTOS DETERMINANTES
Leitor, ou estudante de história, consegue, com pouco de atenção e observação, perceber que os fatos históricos, em sua maioria, são causados por ações dos governos dos países de maior poder econômico e militar. Relação de domínio, que até o presente se mantém.
Aqueles tempos não eram diferentes. Podemos afirmar que, sem as políticas implementadas pelo rei D. José I de Portugal e Algarves e seu mais influente secretário de Estado, Sebastião José de Carvalho e Melo – Marquês de Pombal, a Aldeia Pauxis não teria sido elevada à Vila de Óbidos, naquele momento.
Aquele reinado fortemente influenciado pelas condições em que se encontrava o reino e por seu secretário mais influente que, por sua vez, fora muito influenciado pelo pensar iluminista e pelo sucesso econômico da Inglaterra, estabeleceu políticas e metas caracterizadas por: absolutismo régio; alijamento da Igreja do governo, da justiça e do processo educacional; e recuperação econômica do reino com: incremento da produção nacional; desenvolvimento do comércio colonial; e incentivo às instalações de manufaturas
Assim, como veremos a seguir, esses aspectos foram determinantes na elevação da Aldeia Pauxis à Vila de Óbidos, bem como para muitas outras aldeias.
NASCE A VILA DE ÓBIDOS
O irmão do marquês de Pombal, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, designado para governar a Amazônia, veio com a incumbência e com amplos poderes, para cumprir programa naquela região, dentro das novas políticas estabelecidas pelo reinado de D. Jose I, “O Reformador”.
O programa gerou conflito com os missionários. Os mais visados foram os da Companhia de Jesus. Ilustra esse fato a deportação de quatro capuchos da Piedade.
Para cumprir as metas definidas pelo marquês de Pombal, Mendonça Furtado teria que transformar a vida na colônia: dar liberdade aos silvícolas e destituir os religiosos da direção das aldeias. Para tal, criou os Diretórios dos Índios, regulamentou as funções de diretor civil, destituiu e afastou os missionários, e nomeou diretores civis para os núcleos missionários.
E, para melhor organizar administrativamente a região, em janeiro de 1758 dirigiu-se ao Rio Negro e, por onde passou, elevou as aldeias à categoria de povoados ou vilas.
As aldeias com menores perspectivas de progresso seriam Povoados. As com maiores perspectivas e com população mais expressiva, Vilas.
Em 25 de março de 1758, Mendonça Furtado reuniu em única unidade o que fora chamado núcleo missionário - Aldeinha com o núcleo militar. Além disso, uniu à Aldeia Pauxis, duas aldeias indígenas: a dos Frades da Piedade; e a do Trombetas. Com essa união conseguiu tornar a população da Aldeia dos Pauxis mais representativa. Compunham essa população: negros escravos, brancos portugueses e missionários.
Essa reunião de aldeias justificou a elevação da Aldeia dos Pauxis à categoria de Vila. O nome dado à Vila foi Óbidos, em homenagem à cidade portuguesa homônima.
Por analogia, o historiador Arthur Cezar Ferreira Reis, deduz de como fora a cerimônia da criação da Vila de Óbidos: “o ato de criação da comuna deve ter decorrido de acordo com o cerimonial que o Governador vinha adotando desde a fundação da Vila de Borba a Nova, no Madeira em 1756. Reunidos os índios e os moradores brancos que houvesse, rasgada uma praça, levantado o pelourinho, o Capitão-general, cercado de seus auxiliares, declarava criada a Vila, fazia ler os nomes dos que nomeava para integrar inicialmente a Câmara Municipal, passando a empossa-los”.
Assim, em 25 de março de 1758, Óbidos foi declarada Vila e confiada sua evolução aos nativos, que foram reconhecidos como iguais aos cristãos iberos e considerados capazes para gerir seus destinos e os da coletividade.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Óbidos, pela lei províncial nº 252, de 02-10-1854.
MARCOS DESSA HISTÓRIA
Hoje, em Óbidos, encontram-se marcos dessa história: o Forte Pauxis com sua construção inicial totalmente reformulada e com seus canhões; a moderna Praça de Sant’Anna e nela, não o pelourinho original, mas outro estilizado; e casarios coloniais.
Encontram-se, ainda, praticamente inalterados, como naqueles tempos coloniais, dois marcos, como sentinelas dessa história: a garganta do rio Amazonas e a serra da Escama.
Entretanto, como mais do que esperado, não mais os pauxis, nem também os escravos e muito menos os portugueses, mas povo mestiço com predominância dessas matrizes do povo brasileiro.
FONTES:
LIVROS:
História de Óbidos – Arthur Cezar Ferreira Reis; e
História de Óbidos: Carlos Augusto Sarrazin Vieira.
SITES:
chupaosso.com.br;
recantodasletras.com.br; e
wikipedia.org.