NINGUÉM É LIVRE DE NADA.

Todo mundo deseja ser livre. Desde pequenos já queremos nos desgrudar dos braços de nossos pais a fim de voarmos voos (redundância) sensacionais. Vem à adolescência e o desejo de ser livre só aumenta cada vez mais. Mas, afinal que liberdade é essa que o ser humano tanto almeja? Seria aquela de fazer tudo aquilo que se deseja? Para muitos talvez sim. No entanto, isso não é verdadeiro. Não existem pessoas 100% livres. Todo mundo é “preso” a alguma coisa. Há pessoas que são presas a outras, como por exemplo, o casamento. Outras ao dinheiro, profissão ou status. Existem aquelas também que estão fincadas na religião, ciência, tecnologia, nos gurus, celebridades ou em filosofias. Percebe-se com isso que ninguém é livre a ponto de dizer: “Vivo sem a nada e ninguém ter que satisfazer”. Diante deste quadro de “prisão”, a pergunta que deveríamos fazer é: O que me prende que me faz mais próximo daquilo que é ser gente? O que mais me bestializa e menos humaniza? Um bom exemplo é o do peixe. Se o tirarmos do mar e o colocarmos em um gramado com a intenção de a ele ajudar na verdade nós estaremos o aprisionando, pois sua liberdade esta condicionada a água. Porque é lá que ele se sente livre. Assim também é com o ser humano. Descobrir as nossas limitações e limites não é ausência de liberdade como muitos acreditam ser. Pelo contrario. É nelas (limitações) que descobrimos nossos talentos, vocações, sabedorias, etc. Portanto, livrar-se do desejo de ser livre (que paradoxo), é o que de fato nos liberta...