Felizes Coincidências - Ana Carolina .... merecemos?
Hoje (ou melhor, ontem) lamentei não ter um blog específico para falar do cotidiano da galáxia, da minha galáxia interior, claro. Escrever pra quem? Pra quem surgisse lá aqui jogado pelo acaso. É! O acaso costuma me jogar em lugares muito legais, como aconteceu ontem que conheci um blog chamado Notas Musicais. Eu estava navegando pela net e me deparei com um texto crítico extremamente pertinente a respeito do desastre sob os refletores que foi o show "Dois Quartos" estrelado pela cantora Ana Carolina (clique aqui para ler o texto), onde a mesma, além de cantar algumas músicas paupérrimas em melodia e harmonia e com letras patéticas, usou como fundo a exibição de uma filme pornô onde lésbicas onstensivamente se chupavam. A crítica que li foi extremamente coerente com a arte e o bom senso, mas alguns comentários conseguiram ser mais patéticos do que o próprio show. Mauro, parabéns pelo seu trabalho! Quanta coisa boa a gente encontra por aí...
Em primeiro lugar, quero agradecer à Ana Carolina por ter tido a infeliz idéia de fazer esse show-zinho medíocre, pois, graças a ela, eu encontrei esse blog e adorei conhecê-lo. Concordo com essa publicação em genêro número e grau. Li todos os comentários e gostaria de disser alguma coisa a respeito.
a) A Madonna realmente se apresentou com porno-performances em alguns dos seus shows, mas o público foi antecipadamente avisado pois, pornografia é algo eletivo que assiste quem está afim e com a companhia que mais lhe convier. Já a Ana Carolina, impôs a pornografia a um público que pagou pra ouvir música cantada, (mesmo que a qualidade da musica seja duvidosa).
b) Também discordo da performance que Gerald Thomas criou para Gal no show em que a cantora mostrou os seios ao final. Mas vejam bem: “Ao final do show”! O show foi conduzido de forma séria e musical. Na mais perfeita arte. Mas ainda assim achei extremamente infeliz essa atitude de Gal.
c) Quanto ao comentário que tenta defender a performance de Ana, alegando um possível falso moralismo da sociedade burguesa etc. blá blá blá: Isso virou clichê já foi o tempo desse tipo de postura. Cantor é cantor .... cantor canta... eu vou a um show de cantor pra ouví-lo cantar. Se ele quiser se candidatar a ser divulgador de pornografia ou de aulas de tricot, seja o que for, que entre na porta ao lado, por que ali, naquele palco ele, em tese, se propôs a cantar e eu paguei para assistrir tão somente a isso. Pornografia eu assisto na minha casa com meus amigos sacanas e, se quiser, eu ainda conto no dia seguinte prá todo mundo no trabalho. Nada tem a ver com moralismo e sim com adequação. Essa de artista querer chocar e jogar coisas na cara da sociedade falida moralista hipócrita e blá blá blá, isso é coisa de adolescente dos anos 60. Já era. Está fora de moda é ridículo.
d) Isso que Ana Carolina fez não foi ousadia, foi patético. Ousadia seria fazer um show de cara lavada, sem fru-frus, apenas ela, os músicos e o microfone, Portanto não vamos tentar maquiar o desastre que foi esse show. Um show construído na vã tentativa de desviar a atenção do público de três pequeninos detalhes: Não havia talento, não havia arte, não havia show.
Em vista disso: acredito que o público tinha plenos direitos de pedir de volta o dinheiro gasto, alegando abuso da boa fé por parte do artista.
Na minha opinião, e creio que na sua também, Mauro, quando o cantor nao dá mais conta de sustentar um talento que foi forjado pela mídia, com o objetivo de para retorno imediato, ele tem mesmo que encher linguiça no seu show com essas perfumarias de camelô. Elis Regina, Barbra Streisand, Ella Fitzgerald, Whitney Houston, Marisa Monte, Zizi Possi, Jessé, Milton, Frank Sinatra, Sting, Phil Collins, Chico Buarque, Tom Jobim, Djavan, Caê, Gil e tanto outros… nunca precisaram fazer esse tipo de coisa, por que existe uma coisa chamada talento do artista o que no caso em questão precisou ser compensado por acrobacias de palco e outras alegorias típicas de quem não deveria nunca estar no mundo da arte.
Ainda bem que eu preferi ir, com minha mãe, ao show da Ná Ozzetti…. que voz… que arte… que prazer… Voltei inebriada. Bem melhor do que ser obrigada a assistir um filme porno de 1950 (como alega a cantora), ou da idade da pedra, tanto faz, que tem como fundo, algumas musicas pobres, falidas, com letras que qualquer menino faria no banheiro em frente a capa da playboy. Coisa de punheteiro de chuveiro. Imagina! Eu e minha maezinha! O bom gosto nos livra de cada coisa…
Beijos da Helena