ARTIGO – Ricocheteando – 01.12.2016
 
ARTIGO – Ricocheteando – 30.11.2016
 
 
CORRUPÇÃO – Votação no Senado Federal:
 
Causou surpresa à população brasileira, que se liga na TV-Senado, o posicionamento do doutor Renan Calheiros (PMDB-AL), ao querer votar, em regime de urgência, a lei aprovada pela Câmara, na madrugada do mesmo dia (30.11.2016), isso sem ouvir a opinião dos senadores, na sessão deliberativa de ontem, e até mesmo sem mostrar o documento e os seus autores do suposto pedido de prioridade. Até mesmo, quando apregoou a votação, limitou-se a dizer o nº da lei sem, contudo, dizer do que se tratava, no que fora interpelado por alguns parlamentares presentes. Procurou, por todos os meios de que dispõe na presidência da Casa, votar um requerimento inexistente, e insistiu tanto até que conseguiu a concordância dos pares, alguns até constrangidos e que se manifestaram fragorosamente contra o dito senador. No final, apurado o resultado, nada mais nada menos do que 44 votos contrários e 14 favoráveis.
 
Evidentemente, que isso já mostra, de cara, que esses catorze figurinistas, que não conhecemos, devem estar enfiados até o pescoço nas acusações de ilícitos e crimes feitas junto ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria Geral da República. Por sinal esse tribunal acaba (agorinha mesmo 18h11min horas) de receber, por maioria, a denúncia do crime de “peculato” ( desvio de dinheiro público) contra ele formulada, tornando-o assim RÉU no processo, o que significa dizer que já não poderá substituir o Presidente da República nos seus afastamentos regulamentares, assim que esse julgamento for encerrado de fato, isso se também o Presidente da Câmara dos Deputados estiver ausente. Nessa última hipótese o substituto será a doutora Cármen Lúcia, digníssima presidente do STF – Supremo Tribunal Federal.
 
A propósito, votaram em favor do Renan, ou seja, contra até mesmo o recebimento da denúncia, os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandovski e Dias Toffoli, fato que não é novidade alguma para ninguém neste país. Mas que foi uma grande decepção disso não tenham dúvida os leitores
 
ABUSO DE AUTORIDADE – Revisão da lei:
 
Na reunião temática marcada para hoje, que realmente foi realizada no Senado, a propósito das medidas de contenção de sentenças decretadas por juízes, e até mesmo “amarrar” o Poder Judiciário, a Polícia Federal, o Ministério Público e outros agentes públicos, fiquei amplamente decepcionado com as palestras do doutor Gilmar Mendes e do Juiz da 10ª Vara da Justiça Federal, doutor Sílvio Luiz Ferreira da Rocha. O primeiro, contrariamente ao que decidira o Senado na votação do dia anterior, ou seja, de que a matéria não merecia ser tratada com urgência, se manifestou que esse era o momento atual e mais propício, inclusive para a Lava-Jato. O segundo, por seu turno foi assim muito aguado em suas palavras, não conseguindo mexer com os ânimos dos presentes.  O único que conseguiu agradar mesmo foi o preparado doutor Sérgio Moro, Juiz que comanda as ações que tramitam no foro de Curitiba, que, com humildade, contestou a lei aprovada, reafirmando que isso poderia demonstrar perante a opinião pública que o Poder Legislativo poderia estar tramando contra as investigações já realizadas e as em vigor, no que fora amplamente aplaudido pelo auditório.
 
O que mais me impressionou, porém, foi a frieza do doutor Moro ao receber duras e injustas críticas da tribuna do Senado, da lavra do Senador Cara Pintada Lindbergh Farias, (PT-RJ), atualmente o maior agitador da opinião pública, que pugna por aquilo que seria uma desobediência geral do povo brasileiro, ou seja, uma luta armada. E somente quem é cego e/ou mudo não está notando isso em seus pronunciamentos, que, aliás, são seguidos pelas senadoras Gleisi Hoffman (PT-PR) e Vanessa Graziotin (PC do B-AM), além de outros “papagaios” que os seguem.
 
Ao que se tem notícias, pelos bastidores informam que o PSDB e o PMDB foram os principais articuladores para forçar o doutor Renan a incluir na pauta dos trabalhos, no regime de urgência, a aprovação do texto originário da Câmara (que alterou completamente as sugestões das dez medidas sugeridas por mais de dois milhões e quatrocentos mil brasileiros), isso com a completa ajuda do presidente daquela casa de leis, doutor Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ora, se essa aprovação for aceita irá provocar uma verdadeira decepção perante o povo brasileiro, porquanto é o mesmo que perdoar e/ou anistiar criminosos que quebraram o país, alguns já pagando penas impostas pela justiça. Esse negócio vai pegar fogo mesmo quando a delação da Odebrecht virar realidade, mas tudo indica que demorará, eis que agora inventaram que as atitudes da empresa talvez tenham causado males aos americanos, daí a necessidade de também assinar um acordo nos EUA e até de pagar uma elevadíssima multa em  dólar. Aliás, a multa estipulada aqui no Brasil, a fim de amenizar os prejuízos causados, é da ordem de  R$ 6,8 bilhões de reais.
 
Vou ficando por aqui. Depois eu volto.
 
Ansilgus
Nota: A foto é do senador, doutor Caiado - um dos que foram terminantemente contra a votação da urgência.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 01/12/2016
Reeditado em 03/12/2016
Código do texto: T5840882
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