ARTIGO – Por que mudei?! – 28.10.2016
 
 
ARTIGO – Por que mudei?! – 28.10.2016
 
 
Em princípio, repetindo o que já dissera antes, sou terminantemente contrário à realização de segundo turno em qualquer nível das eleições brasileiras. Por vários motivos, primeiro, o da economia de despesas sem qualquer retorno; segundo, porque geralmente os perdedores do primeiro turno são incentivados a gastar muito mais dinheiro para tentar derrubar o oponente que ganhara na primeira fase; depois, o que vale mesmo é a manifestação inicial do eleitor. Quase sempre a vitória é repetida. Isso é como, por exemplo, pintar uma tela, pois a primeira pincelada é a que vale, não adiantando ficar tentando burilar o que fora feito, pois a tendência é piorar o trabalho. Conheço disso pela prática.
            Sempre durmo com o rádio ligado debaixo do travesseiro, e assim posso acompanhar o noticiário da madrugada, assim como ouvir músicas, notadamente as que nos deixaram saudades, que nos promovem roedeiras daquelas que merecem o acompanhamento de uma loura suada, a famosa cervejinha.
            Pois bem, ouvindo um debate político patrocinado pela Rádio Jornal do Comércio, por volta da 00h30min, envolvendo os dois candidatos daqui do Recife, que disputarão a vaga no próximo domingo (João Paulo – PT e Geraldo Júlio – PSB), mudei totalmente o meu voto. Se no primeiro turno cravei minha opinião em favor do Geraldo Júlio, por sinal ganhado por ele com larga margem, agora no segundo votarei em branco, porquanto jamais me arrisquei a votar em candidatos do Partido dos Trabalhadores, uma vez que não há a mínima confiança de minha parte em favor deles.
            O motivo é simples, rápido e rasteiro. Durante a entrevista, questionado sobre o fato de grande parte dos deputados de seu partido estar contra a Medida Provisória 241, que procura moralizar o país em todos os setores da vida nacional, ele falara que também é contra, isso em face de no documento (já aprovado pela Câmara dos Deputados com larga maioria) não haver a previsão dos gastos com o pagamento de juros.
            Ora, o ressarcimento de juros aos bancos é uma obrigação contratual e não se pode reduzir ou limitar tais despesas, porquanto seria causar insegurança jurídica. Quem toma empréstimos se obriga a parar tanto o principal como os acessórios (juros, comissões, etc.). Ninguém poderia estimar o quantum de juros seria devido, até por que isso depende das condições do país no momento da exigibilidade.
            Causa-me espécie um administrador, formado em faculdade, tendo exercido cargo de secretário de estado, sendo membro do Tribunal de Contas do Estado, não saber qual a origem dos juros que tanto corrompem a economia brasileira. E aqui explico a leitores meus que não são obrigados a saber desse assunto, até por que o Recanto das Letras abriga em sua página muito mais poetas do que articulistas e/ou cronistas. Ora, a dívida vem se acumulando através dos tempos. Ocorre que na data acertada para pagamento geralmente o governo não tem disponibilidade em caixa para fazê-lo, obrigando-o a lançar títulos da dívida pública no mercado, de sorte a cobrir o débito vencido, sendo natural que dessas emissões resultarão em juros maiores aos que inicialmente contratados. É como uma dívida de qualquer cliente no banco, quando não paga vem uma renovação, ou a feitura de um empréstimo para liquidar o vencido, logicamente com juros acima dos anteriormente acertados.
            Não se pode ser contra o que ainda não está totalmente em prática, mas tão somente após os resultados. Ora, com essas medidas austeras contra os gastos públicos, certamente que a necessidade de tomar dinheiro ou de emitir moeda vai diminuindo e os juros por si só cairão, de conformidade com a lei da oferta e da procura, essa que regula os nossos mercados. Cairão a inflação e o desemprego; não faltará dinheiro para a saúde nem para a educação, e uma série interminável de benefícios contemplará o país, contrariamente àqueles que pregam “o quanto pior melhor”, e que são os gastadores prodigiosos de dinheiro público.
Fico por aqui. Um abraço.
 
Ansilgus
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 28/10/2016
Reeditado em 29/10/2016
Código do texto: T5805554
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