Ao vencedor, as batatas*
No domingo, 13/03/2016, segundo informação divulgada pelas redes de televisão, tivemos na Av. Paulista, ocupando toda a sua extensão, 1.400.000 pessoas manifestando-se contra o governo que aí está, pelo afastamento da presidente da República e contrárias ao Lula.
Na sexta-feira, 18/03/2016, segundo números também divulgados pelas redes de televisão, foram à mesma Av. Paulista para manifestar apoio ao governo que aí esta, à Dilma e ao Lula, 80.000 pessoas que, segundo as redes de televisão noticiaram, ocuparam 11 quarteirões da especiosa Av. Paulista.
Nestas duas informações mora, no mínimo, a incoerência.
Se não, vejamos:
Como os números não se dobram e não se cooptam aos interesses deste ou daquele grupo, desta ou daquela facção, é de se constatar, numa regrinha de três básica e elementar, considerando os números divulgados pelos noticiários da televisão, que para acomodar os 1.400.000 manifestantes contrários ao governo, comparativamente aos 80.000 pró governo, seriam necessários 192,5 quarteirões da elástica, ou convenientemente contrátil, Av. Paulista. Desconheço se a Av. Paulista é composta deste número de quarteirões ou se a conveniência das tribos em disputa é que a faz mais ou menos extensa, mais túrgida ou menos túrgida.
Diante de tanta patacoada eu fico me perguntando ao que se sujeita e/ou a quem se sujeita, aonde dorme e/ou com que dorme concubinamente, o interesse nacional no vale tudo da campanha eleitoral antecipada.
Nesta guerra revanchista pelo poder que se instalou no país e que, como toda boa guerra, ignora o ser humano, só me resta citar Machado de Assis: "Ao vencedor, as batatas".
*O título da postagem é uma frase extraída do livro "Quincas Borba", de Machado de Assis