TÍTULO DE CIDADANIA
A polêmica não é nova: quem merece e quem não merece receber um título de cidadania ?
Antes distribuídas a mancheias, as entregas de títulos de cidadania agora foram reduzidas a um número pequeno e pré-estabelecido para cada vereador.
Mas, mesmo assim, não fosse a euforia e o calor humano dos amigos dos homenageados, as cerimônias de entrega de título seriam quase patéticas, exceto no caso de grandes empresários, políticos de renome ou , de alguma outra forma, poderosos, que, no futuro , serão fontes para angariação de fundos e votos para os senhores vereadores ou de benesses àqueles que comparecem à cerimônia.
Mesmo sendo presidente do Conselho Deliberativo da ACRECE- Associação dos Cidadãos Ribeirãopretanos e Cidadãos Eméritos, há muito tempo não tenho mais participado dessas entregas tendo em vista a desvalorização que tem tomado conta desse tipo de homenagem.
Recentemente, mais por conta do respeito que tenho pela AMORC- Antiga e Mística Ordem Rosacruz, e de uma amizade com minha cara sóror , Nilva Mariani, que pela simpatia ao homenageado , Charles Vega Parucker , Grande Mestre da Ordem Rosacruz para os Países de Língua Portuguesa, estive na Câmara Municipal num desses momentos, e pasmem: só estavam ali dois vereadores: Darcy Vera ,que propôs a referida entrega, e o presidente.
Quando solicitei à organização do evento que permitissem à sóror Nilva Mariani que tomasse a palavra para saudar Charles Parucker em nome da ACRECE , tive como primeira resposta que ela teria dois minutos para fazê-lo, e isso, se o presidente o permitisse, e, em sua magnanimidade, se dignasse a ouvi-la, pois as entregas estavam sendo mais curtas para não cansarem os convidados.
Informei minha sóror Nilva , que ficou indignada, sobre o tempo que lhe seria, condicionalmente, disponibilizado, e que, posteriormente, foi ampliado pela intercessão da sempre competente e simpática vereadora Darcy Vera, autorizando-a a falar pelo tempo que achasse necessário.
E assim foi: uma cerimônia de meia hora, corridinha , rapidinha, com o presidente emendando sua fala quase antes da cidadã emérita , Nilva , completar a última frase do seu discurso. Também lamentável que o mesmo presidente da mesa, durante esse discurso, chamasse a atenção do homenageado, entabulando uma conversa, em péssima hora, deixando a excepcional oradora falando ao vento, quando decidiu dirigir-se diretamente ao Grande Mestre.
Enfim, ocorrências lastimáveis, cada vez mais, dando margem a discussões como a do colunista de um jornal da cidade e um vereador que resolveu homenagear um jornalista que , segundo o colunista, nada fez para Ribeirão Preto.
Ou valorizam os títulos, com a presença de pelo menos 50% dos vereadores durante a cerimônia, e todos com conduta adequada e respeitosa (não só nas palavras, mas nos atos) ou estarão, os próprios edis, desvalorizando uma comenda tão importante para aqueles que, como eu , as receberam.