Morador ilustre
Todos os moradores da cidade de Jataí em Goiás são à priori ilustres por excelência, justamente por serem imbuídos de alto espírito de goianidade e por habitarem uma cidade, que além da vocação turística ora em franco desenvolvimento, também se tornou famosa por ser bastante hospitaleira, sabendo valorizar as pessoas que para lá se mudam. Além de outros importantes atributos, essa cidade possui um clima espetacular e também uma égregora mental excelente que contagia a todos, pois, afinal de contas, possui uma sociedade homogênea e organizada que observa com muito zêlo os princípios de civilidade e de cidadania, condições básicas que uma cidade daquela importância requer. Dando seqüência ao assunto, informa-se que são inúmeros os moradores ilustres que nem de lá são , mas que tiveram atuação de destaque em várias áreas do conhecimento humano, colaborando sobremaneira para que a cidade chegasse ao apogeu que experimenta atualmente.
Para que fique registrado na memória de todos, inclusive na dos de gerações mais jovens, que muitas vezes ignoram esses ilustres moradores que residiram nessa cidade e que prestaram relevantes serviços para a cidade, para o estado e para a nação, como é o caso dentre outros, por exemplo, da figura mítica do Dr. Pedro Ludovico Teixeira, fundador e pai de Goiânia, considerado muito merecidamente pelas pessoas entendidas, como a pessoa mais importante de Goiás em todas as épocas, e que a cidade de Jataí teve a grande honra de tê-lo como um morador em épocas diversas, antes mesmo dele se projetar na carreira política conhecida por todos nós.
Tudo se inicia quando o jovem Pedro Ludovico Teixeira conclui seu curso de Medicina no Rio de Janeiro e resolve voltar para sua terra natal, a antiga Vila Boa, na época capital do Estado de Goiás. Ficando por algum tempo em Vila Boa e achando que essa cidade não correspondia com suas aspirações de médico recém formado, resolveu mudar-se para a cidade de Bela Vista no interior de Goiás, onde clinicou por algum tempo. Depois de trabalhar por um período de um ano, concluiu que a monotonia do lugar não condizia com a cidade que sonhara para se estabelecer e dar prosseguimento à sua carreira de médico. Por isso, resolve procurar outros horizontes. Como ouvira falar bem da cidade de Rio Verde, que ostentava a fama de ser desenvolvimentista, o jovem médico resolveu empreender viagem até essa cidade do sudoeste de Goiás. Partindo então de Bela Vista, seguiu a cavalo com destino à Rio Verde, passando por Trindade, onde aproveitou-se para participar dos festejos do Divino Pai Eterno, que já eram realizados naquela cidade interiorana de Goiás. Segundo registra a história, Dr. Pedro ficara em Trindade por uns 30 dias, após o que, continuou sua viagem, sempre a cavalo, atravessando o município de Paraúna e chegando ao seu destino, a cidade de Rio Verde no dia 14 de julho de 1.917. Em Rio Verde iniciou atendimentos aos pacientes locais e aos das fazendas adjacentes, tornando-se conhecido daquela população sudoestina. Nessa época o jovem e talentoso médico, que era solteiro, de vez em quando dava uma esticada indo até a vizinha cidade de Jataí, onde, nesse vai e vem, chegou a residir por lá algum tempo.
De volta novamente à cidade de Rio Verde, o Dr. Pedro fica conhecendo a senhorita, Gercina, uma môça rioverdense que estudava fora e estava recém chegada na cidade, filha do então Senador, Antonio Martins Borges, por sinal um dos homens mais influentes e prestigiados na Rio Verde daquela época. Após pouco tempo de namoro, o Dr. Pedro noivou e casou-se com a senhorita Gercina. Depois de pouco tempo de casado, em setembro de 1.918, o Dr. Pedro e Dona Gercina se mudam para a vizinha Jataí, onde ficaram residindo até março do ano de 1.919. Nesse mesmo mês, se mudam novamente para Rio Verde, onde se iniciaria uma profícua carreira profissional e política, cujas conseqüencias, tiraria o estado de Goiás do marasmo em que se encontrava, culminando na inauguração de Goiânia, fator importantíssimo, que seria mais tarde o suporte principal para se alavancar a construção de Brasília em pleno planalto central, ficando então a progressista cidade de Jataí, com as honras de ter tido morador tão ilustre, que foi fator decisivo na ajuda para se sedimentar o caminho do progresso no Brasil do Século XX em diante.
Texto escrito em 23/08/2005