ABOLIÇÃO.
13 DE MAIO - ABOLIÇÃO PELA METADE
O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança.
Desde o dia 13 de maio de 1888 até então, muito pouco mudou a vida do negro pobre brasileiro. Sobretudo o negro nordestino.
De maneira diferente, os quilombos ainda existem, infelizmente. Antes os negros perseguidos, se refugiavam no interior das matas; hoje, desesperados, se amontoam nas periferias das cidades brasileiras, segregados e abandonados à própria sorte. Uma vergonha!.
O negro pobre brasileiro, fadigado, ainda derrama seu suor no ardente sol da África nordestina brasileira, produzindo para o dono colher...
Nos grandes centros urbanos, tornam-se peças de engrenagem das fábricas, alimentando com a sua própria carne a base da pirâmide.
Onde está a liberdade? Ah! como esperamos por esta liberdade!!. A libertação de um povo sedento de justiça e de esperança...
Um povo que padece há mais de 500 anos à espera de proteção e respeito. Que teve a sua juventude ceifada, seus valores adulterados, sua dignidade de filhas e de filhos de Deus ultrajada, da maneira mais torpe e cruel.
Ah, como estamos precisando dessa liberdade!
Quantos brasileiros estão nos túmulos de uma vida sem esperança?! Quantas famílias desempregadas e sem terra para morar e plantar? Quantos estão aprisionados nas celas da injustiça social? E o que dizer do analfabetismo e da ignorância que impede a visão dos direitos básicos e fundamentais?
A liberdade de ser, só poderá ser plenamente exercida, quando alimentadas todas as necessidades de nossos irmãos e irmãs que padecem com a segregação...
Senhora Presidenta Dilma, a campanha eleitoral terminou e a Senhora ganhou as eleições. Agora é hora de cumprir as promessas.
Te suplico, então: liberta definitivamente o negro brasileiro da senzala eterna, para que eles possam caminhar livres, deixando para trás as amarras da opressão, do preconceito, e assim, possa dar testemunho da eficácia do teu Governo.
Os negros foram violentamente arrancados de seu torrão Natal e, por conta dessa violência, apegaram-se às suas crenças e aos seus deuses, como uma espécie de defesa contra as violências a que sempre foram submetidos. Orgulhosamente, exaltam suas origens africanas e referendam a unidade de luta pela manifestação cultural e religiosa.
A fé tem sido a força motriz do negro brasileiro para continuar sua trajetória e conquistar seus direitos de oportunidades iguais em todos os níveis.
Felizmente a sua religiosidade não fora esbulhada pelos maiorais. Hoje não carece mais se esconder na fumaça negra do sincretismo nefasto e inquisitório da Igreja. O panteísmo do Candomblé é a base da sua sustentação. A liturgia dos "Babalorixás" e "Yalorixás", lhe permite dialogar com os Orixás e conhecer a magia dos povos Nagôs, Ketu, Bantu, Angola e do Congo, seus ancestrais, que explicam as forças da natureza.
A sociedade também tem que rever certas posições para que doravante não se olhe para a cor da pele das pessoas, mas sim para sua real capacidade e inteligência.
Ninguém é descendente de escravos, e sim de alguém que foi escravizado.
"Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja livre".
Com a palavra, os políticos brasileiro !!..