MANOEL LOBO - BODAS DE PÉROLAS
Quando se vê, já passaram sete anos!...
Quando se vê, já passaram vinte anos!...
Quando se vê, perdemos de amor um pelo outro e comemoramos trinta anos de convivência. Bodas de Pérolas!
Uma relação duradoura é o "dever" que nós devemos fazer em casa...
Hoje, raramente o casamento dura; então cada ano que dure vamos comemorar com alegria, o triunfo do amor...
Pensar que estamos juntos há 30 anos, amadurecendo, vencendo e sendo felizes, nos remete a história da sabedoria das ostras: A ostra produz a pérola depois que uma substância estranha ou indesejável entra no seu interior, como um parasita ou grão de areia. Quando um grão de areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.
"Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas".
Numa relação, muitas vezes nos sentimos feridos. Feridos pelas palavras rudes, pelas acusações injustas, pela rejeição das nossas idéias, ou mesmo por sermos mal interpretados...
O segredo é produzir uma pérola! Cobrir as mágoas com várias camadas de AMOR, e não cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas e alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos, impedindo que cicatrizem.
O casamento é um crescimento conjunto e contínuo de duas pessoas que se determinam em serem felizes juntas. Uma relação duradoura e feliz, é um processo complicado que exige amadurecimento e grande empenho do casal. Claro que uma união saudável não é medida pelo número de anos e sim pela felicidade construída nesse tempo.
Não é com facilidades que se cria uma pérola. O verbo "criar" não foi usado por acaso; a pérola é criada, assim como uma união duradoura. Muitas são as dificuldades que surgem durante a convivência. Há que se aprender a lidar com todas as adversidades. Construir uma pérola no casamento é uma arte que requer sabedoria e cumplicidade. O amor é um sentimento que não se faz sozinho; é preciso grande empenho em construí-lo durante o tempo junto. Desenvolver afeto é um trabalho que compreende doação, renúncia, compreensão e tolerância para fortalecer e enriquecer quem os possui.
Não somos italianos da Cidade de Verona, tampouco das famílias Montecchio e Capuleto. Somos baianos de Santo Estevão, e das famílias Lobo e Cardoso, certamente. Mas o Cupido nos flexor com tanta intensidade, que juntos construímos uma história de amor tão linda quanto ver uma criança dando seus primeiros passos, brincando com o seu primeiro brinquedo, ou como jovem namorado dando seu primeiro beijo. Cada minuto de paixão e ternura foi plenamente vivenciado...
Cada um escolhe o amor que deseja; eu escolhi um amor poético, verdadeiro e real. Um amor cheio de amor e amizade. Um poeta é assim, romântico, intenso e sonhador!
Que o Cristo Jesus nos permita caminhar por vereda santa com harmonia, paz, e muita saúde para festejarmos nossas bodas de ouro, com o mesmo "chamego" e mesma ternura.
São Paulo, 18 de maio de 2015.