A GAROTA QUE É EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E DEDICAÇÃO

Algumas pessoas nasceram com o dom de superar as limitações que a vida impôs. Não apenas superam: vão além e conseguem brilhar. A estudante Jéssica de Paula Dias, 19 anos, moradora de Itaguari é um exemplo disso.

Aluna do 1º ano do ensino médio na escola estadual Dona Genoveva Rezende Carneiro, ela é uma das ganhadoras do Prêmio Aluno do último ano (2013), por meio da avaliação do SAEGO, quando ainda estudante do 9º ano da escola estadual José Eduardo do Couto.

O Prêmio Aluno é concedido aos estudantes com melhor desempenho na prova Goiás, que é uma das avaliações que compõem o Idego (Índice de Desenvolvimento da Educação de Goiás).

Portadora da Síndrome de West, suas limitações não a impediram de se desenvolver e socializar com os outros estudantes e ambiente escolar. No dia a dia, Jéssica é acompanhada pela professora Jéssica Bessa, profissional de apoio encaminhado pela Gerência de Ensino Especial da Secretaria de Estado da educação (Seduc).

De acordo com Newton Amaral Morais, mediador da inclusão da Subsecretaria Regional de Educação de Itaguari, a aluna Jéssica tem ótimo desempenho em diferentes disciplinas, apesar da deficiência intelectual. Realizou a prova do SAEGO em 2013, sozinha, junto com os demais estudantes da sala, sem nenhuma intervenção dos professores na hora da realização da prova ou dos profissionais da SRE de Itaberaí que aplicaram a avaliação.

A Síndrome de West é um tipo raro de epilepsia, chamada de epilepsia mioclônica, que afeta geralmente crianças com menos de um ano de idade, levando a portadora à convulsão. Os espasmos são diferentes para cada criança. Podem ser tão leves no início que não são notados ou pode-se pensar que se originam de cólicas. Cada espasmo começa repentinamente e dura menos de alguns segundos. Tipicamente, os braços se distendem e a cabeça pode pender para frente e os olhos fixam-se em um ponto acima.

Filha de Neide Aparecida de Paula e natural de Itaguari, Jéssica é motivo de alegria para todos os profissionais da Seduc, além de orgulho em seu município, especialmente entre familiares e comunidade escolar, que reconhecem sua dedicação e senso de superação.

Garota sonhadora, Jéssica pretende prestar vestibular para Pedagogia e se tornar professora. "Quero trabalhar com crianças. É meu sonho e nada vai me impedir de realizar", conta.

Jéssica nasceu com uma lesão cerebral, que a fez perder as funções na mão esquerda. Por conta disso e da Síndrome de West, faz fisioterapia duas vezes por semana e toma cinco tipos de medicamentos.

Nada disso impede que ela seja uma jovem alegre e divertida, que gosta de dançar, passear, acessar as redes sociais e morrer de amores pelo cantor Luan Santana. Aos domingos, ela participa da missa lendo parte da liturgia, para qual se prepara com disciplina em casa, tutelada pela mãe, Neide, que é muito católica e trabalha na secretaria da Igreja na cidade.