Descuido hoje, saudade amanhã...
Descuido hoje, saudade amanhã...
==========================ErdoBastos
Não tenho medo das palavras.
Uso-as e pronto. Como quero, quando quero. Dou-me este direito.
Com elas, construo castelos ou derrubo mitos, depende do dia.
Pelas palavras, vou a guerra se preciso for.
Dou-me a morte em defesa da liberdade de usa-las como queira.
E com certeza, neste caso, morreria sorrindo. Sorriso de dever cumprido.
Claro que há muito exagero nisso, não é preciso que se morra por esta
liberdade de expressão que propalo.
Porque antes, muitos morreram por ela e a nós a deixaram de herança.
Herdamos a liberdade de expressão dos mortos.
Que certamente morreram sorrindo, por saberem nesta hora derradeira que era "um bom dia pra se morrer".
Quando falo de morrer pela liberdade, não só a de expressão, mas qualquer liberdade, apenas liberdade, preciso frisar que falo de muitos tipos de morte.
Tem sim. Tem vários tipos e cada um pior que o mais conhecido.
As ditaduras praticam todos, contra todos que falam mal delas.
No primeiro momento, se podem pegar de jeito, matam do modo tradicional. Um tiro na cabeça ou sei lá que método, uma cova rasa num canto qualquer e uma nota a imprensa em seguida, dizendo que jamais tiveram contato com falecido fulano.
E mais um sumiu, que ninguém sabe e ninguém viu.
Mas as vezes, eles não conseguem pegar o sujeito na situação adequada pra isso.
Então, inventaram pra estes casos a "morte civil". Cassam os direitos. E o cara não vota mais, não se aposenta, não abre conta em banco, não tem emprego nem direito a livre-empreendimento, e etc... até que o próprio faz o serviço, e dá ele mesmo um tiro na cabeça.
Ou se embrenha na mata em alguma serra e morre (sorrindo?) com um fuzil sem munição nas mãos, depois de haver lutado até a ultima bala por aquilo em que acreditou.
E tem também a morte por saudade. O exílio perene a que quem é sujeitado sofre a morte no dia a dia.
Vai morrendo aos poucos com saudade primeiro do seu país, depois do estado onde nasceu, da cidade onde morou, da rua aonde cresceu e das pessoas que amou...
As vezes, isso é apressado pelas drogas e pelo álcool em excesso. E pela degradação a que levam.
Os "anos de chumbo" da ditadura ferrenha que dominou o Brasil foram assim. Produziram-se, nesta época, milhares de histórias destas que ainda hoje estão por serem contadas.
Hoje ainda temos a liberdade de escrever sobre elas. Ainda.
Mas isso incomoda tanto, mas tanto aos poderosos governantes...
Já estão começando a mostrar as unhas, e urge que nos preparemos pra lutar contra isso.
Não é paranóia, é história. O governo brasileiro está por sancionar uma lei que classifica por faixas etárias a exibição de peças teatrais e filmes, em cinemas e TV.
Isto é uma forma de censura, e toda e qualquer forma de censura é apenas censura, e assim deve ser tratada.
Não se pode ser tolerante com nenhum movimento contra a liberdade de expressão, porque toda a liberdade é apenas liberdade.
E se uma liberdade é tolhida hoje e aceitamos, amanhã serão tolhidas outras e perderemos, em seguida, a liberdade como um todo.
Quem deve classificar o que meus filhos podem ou não assistir na TV somos eu e a mãe deles, apenas. Não o Estado.
O Estado deveria cuidar dos meus filhos sim, mas quando estiverem doentes e precisarem de hospital, médico, dentista...
O Estado deveria cuidar sim, da educação dos meus filhos com o dinheiro dos impostos que eu pago, proporcionando-lhes professores bem remunerados e satisfeitos com suas carreiras, que lhes ensinassem com método moderno e sempre atualizado, com bom material didático, num prédio limpo, confortável e seguro.
Deveria cuidar dos meus filhos quando saírem da escola pra casa, quando andarem nas ruas da cidade onde eles nasceram, pra que não sejam mortos por uma bala perdida ou por um assaltante drogado.
O Estado não tem o direito de entrar na minha casa e dizer o que meus filhos podem assistir na TV ou não.
E o mais engraçado é que este mesmo Estado que falta em seus deveres corriqueiramente, impõe a mim, pai, no ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente) exatamente este dever, o de zelar pela educação do meu filho, e cuida-lo. E ele próprio, o Estado Brasileiro, quer agora talvez que um estagiário empregado sem concurso e apenas por ser parente de algum figurão - sem sequer talvez também ter nem idade pra ter filhos - venha me dizer, dentro da minha casa, que botão do controle remoto da minha TV eu posso ou não posso usar.
Quanta criatividade tem estes tarados que nos governam!
O maluco do Collor rouba a poupança de todos os brasileiros e cai do poder.
Agora volta, Senador da República, pronto pra roubar mais.
O Lula foi reeleito primeiro, e agora quer roubar os controles remotos das TVs!
Depois fica uns anos de férias e na volta se elege também... pra mamar mais um pouquinho na gorda teta da Mãe Gentil.
Cuidado, esconda o seu controle remoto e cuide-se!
Porque o próximo presidente que elegermos pode ser como o Hugo Chaves, e levar embora os canais, pronto...
Uma forma simples que ele encontrou pra evitar a censura. hahaha
Se usassem esta criatividade em círculos, reinventariam a roda!