QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ
QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ
Por Aderson Machado.
Sendo paraibano e morando em Pernambuco há mais de 36 anos, nunca perdi a oportunidade de fazer a apologia de minha terra natal para os nossos vizinhos, bem como para outras pessoas de diversos estados da nossa federação com os quais tive a oportunidade de conhecer e conviver.
As belezas paraibanas – mormente as praias – são indiscutíveis; com efeito, os turistas que conhecem João Pessoa, por exemplo, sempre alimentam o desejo de voltar , quando não retornam para morar, notadamente as que residem no Sul do nosso país. A propósito, o renomado professor e gramático Pasquale Cipro Neto, que mora em São Paulo, não poupou elogios a João Pessoa, por ocasião de uma palestra que ele proferiu na capital paraibana há cerca de dois anos. E ele foi mais além: disse não só ter gostado da capital das Acácias, como recomendou a muitos de seus amigos que a conhecessem! Nada melhor do que uma recomendação partindo de uma pessoa do quilate do aludido professor, conhecido e reconhecido nacionalmente.
Na verdade, na verdade, como bom paraibano, eu sou mui suspeito em falar bem de minha querida terra. Seria o mesmo que chover no molhado. O que me deixa regozijado mesmo é ouvir os estranhos falarem maravilhas a respeito das terras tabajarinas. Pelo menos em Pernambuco, mais precisamente na cidade de Floresta, onde moro e trabalho, esse fato é uma realidade cristalina. Por sinal conheço muitos florestanos que optaram por morar em João Pessoa depois de suas aposentadorias.
Por outro lado, quando era instado a fornecer alguma informação sobre os nossos pontos turísticos, não me fazia de rogado e, com todo o prazer, relatava detalhadamente o que de interessante tinha pra se ver em João Pessoas e alhures. Eu era, destarte, uma espécie de guia turístico atuando a distância, vamos colocar assim.
Pois bem, no tocante a essas informações turísticas, não poderia deixar de recomendar uma visita às nossas Igrejas Barrocas, ao Centro Histórico, sem esquecer, claro, as praias de Cabo Branco, Tambaú, Bessa, Intermares, Coqueirinho, Tambaba..., bem como o Pôr do Sol do Jacaré, acompanhado do Bolero de Ravel. Ademais, recomendava uma visita à Ilha de Areia Vermelha, em Camboinha, Picãozinho, em Tambaú, e, lógico, o Farol do Cabo Branco, situado no ponto mais oriental das Américas. Mas sem desmerecer nenhum dos pontos turísticos citados, na verdade o que tinha mais prazer em recomendar a todos era uma visita à Lagoa do Parque Solon de Lucena, situada no coração da cidade, cercada de palmeiras imperiais. A Lagoa, pra mim, era o ponto de maior referência, um verdadeiro cartão-postal. A propósito, quantas e quantas vezes eu me sentava no restaurante Cassino da Lagoa e ficava a contemplar aquele cenário deslumbrante proporcionado pela então imponente Lagoa! Mas, infelizmente, essa Lagoa, com o passar dos anos, foi sofrendo um processo de assoreamento sem precedentes. As velhas palmeiras, por sua vez, foram morrendo sem a devida substituição. Como consequência desse estado de coisas, a orla da Lagoa ora está por demais desprovida dessas árvores, que tanta beleza proporcionava ao Parque Solon de Lucena como um todo.
No momento, o citado Parque está sendo revitalizado, no entanto os trabalhos estão andando a passos de tartaruga, e o cenário que observamos é devastador, aterrorizante: areia, montes de terra pra todo lado, enfim, devo dizer, sem exagero nenhum, que dá a impressão de que por ali passou um tsunami de grandes proporções!
Por fim, todos esperamos que depois da conclusão da revitalização em apreço, a Lagoa volte a ter um visual agradável, e que, efetivamente, desperte a atenção dos paraibanos, bem como, principalmente, a dos turistas.
O grande problema é saber quando esses trabalhos vão terminar...
João Pessoa/PB, 28/11/2014.