O CRACK
O CRACK TEM CURA. DEPENDE DA SOCIEDADE !!..
As drogas desceram o morro, chegaram ao asfalto, invadiram as escolas, e seguiram para a zona rural, sob o comando dos traficantes que não perdoam aos que lhes devem. As drogas estão matando os nosso jovens. Triste verdade.
É deprimente transitar pelas ruas e contemplar a quantidade de jovens alucinados, agonizando sob efeito do Crack e buscam oxigênio para respirar de tão sufocados que estão pela fumaça das drogas...
Até quando vamos conviver com essa triste realidade? Triste ver mães chorando a perda dos seus filhos e ninguém se incomoda com isso. Ninguém!. O Governo não ouvem as vozes angustiadas de uma juventude perdida nas madrugadas... Não ouvem seus gemidos, não sentem suas dores, não enxergam o padecer das mães desesperadas buscando salvar os seus filhos...
O que assistimos, a toda hora, é o resultado da inércia da sociedade, o desprezo dos governos e as mortes anunciadas dos nossos jovens. Quando as autoridades vão tratar esse problema com a devida seriedade? Quando será ?
Para manter o vício os jovens mais pobres partem para vender as coisas de casa e depois entram para ávida do crime. Os mais ricos começam vendendo seus pertences e endividando-se... Tudo isso, governo e sociedade sabem e preferem tratar como crime e criminosos, pois incriminando-os, livram-se da sua responsabilidade social. Enganam-se!. Isso não é um problema de polícia, mas de saúde pública e social.
A solução passa, principalmente, pela geração de emprego, melhoria da educação e estruturação familiar.
É sofrido ver a juventude se afundando no Crack, cuja consequência pode ser, mofar na cadeia ou morrer à tiros pelos sanguinários do tráfico.
O usuário é capaz, sim, de quer se libertar do vício. Se a alternativa for boa, ele abre mão do crack, certamente. O dependente não é sensível a só um tipo de prazer; o viciado em drogas tem mais dificuldade de achar graça em outras coisas, assim como um faminto prioriza comida. Entretanto, não transforma a pessoa num ser incapaz de reagir a outro tipo de incentivo e proposta. Mesmo na fissura, um dependente é capaz de tomar decisões racionais, quando a alternativa compensa. O fato de serem viciados, não lhes tiram a capacidade racional.
O médico Drauzio Varella, grande estudioso do assunto, disse com propriedade, que existe sim, cura para o viciado em Crack e que largar o cigarro de tabaco é mais difícil que largar o crack". Afirmou, Drauzio.
Mas, para conseguir largar, é preciso ter o que ele chama de "reforço alternativo" - uma outra opção, que seja atraente o suficiente. Por exemplo: família, uma carreira interessante, uma paixão, uma perspectiva de trabalho, algo que motive a largar a fumaça inebriante.
Para as pessoas que estão nas ruas, sem perspectiva, não há reforço alternativo. Ficar sem crack, para eles, é pior, porque obriga-os a conviver de "cara limpa" com a miséria, com o preconceito, a sujeira, a desesperança e a violência. Por isso que, embora o crack seja usado por gente de todas as classes e etnias, os brancos e os de classe média geralmente não se viciam tão rapidamente, porque têm algo a mais a esperar da vida. Quase sempre quem se dá mal são os mais pobres, os que vêm de famílias desestruturadas e os membros de minorias raciais.
Isso passa, também, pela boa vontade de muitas instituições: Políticas, Religiosas e a Sociedade organizada.
É impossível curar-se num mundo que despreza pessoas que sucumbiram nas drogas, por curiosidade ou por desequilíbrios emocionais... O reforço positivo funciona como suporte alternativo de confiança. À medida que portas forem se abrindo eles vão entrando e se agarrando a nova chance de sair do desespero e da pobreza.
Não se pode tratar o viciado como um marginal criminoso. O Brasil tenta vencer o crack com repressão. Um absurdo. A polícia prende os usuários que vivem nas ruas, levam algemados para as cadeias ou para um tratamento compulsório ineficaz. O resultado é que as cenas de uso, antes concentradas, se espalharam por toda parte. As pessoas que são forçadas a se tratarem podem até parar por algum tempo, mas, sem perspectiva e motivação, acabavam voltando para as ruas novamente. Afinal, sempre haverá um beco escuro para se drogar, uma pedra de crack para comprar ou um amigo a lhe oferecer...
Dessa forma, então, os governos gastam muito e não resolvem nada... Não é dessa forma que a polícia nem o governo vão vencer o crack. Também, não é só com a vontade, que o dependente deixa o vício. A droga é mais forte. A sociedade unida e organizada, pode oferecer incentivos que sirvam de reforço, e informação confiável que aumente a sua capacidade racional de decidir pelo melhor.
Sabemos das dificuldades, com certeza; mas se faz necessário, pois, a luta conjunta de várias esferas do setor público e privado, das Igrejas de todos os credos, dos pais e mães de família, numa grande cruzada. Unir forças e ampliar esforço para salvar a vida dos nossos meninos!!!...
Do contrário, assistiremos todos os dias alguém subi ao campanário para dobrar os sinos anunciando o féretro de mais um jovem. Seja pelo efeito químico das drogas ou pela guerra sem fim que ela proporciona, os sinos dobram. Dobram pelos nossos meninos!..