APOLOGIA DE CP-75
APOLOLOGIA DE CP-75
Por Aderson Machado.
A princípio, gostaria de dizer duas coisas. Primeiro, não gosto de fazer elogios de quem já morreu – fisicamente falando, claro. Segundo, detesto falar bem dos meus amigos íntimos e familiares, até porque me tornaria suspeito em fazê-lo.
Em sendo assim, prefiro fazer apologias de pessoas que sei que são merecedoras de elogios, sem serem, no entanto, amigas minha. E vou mais além: refiro-me a pessoas que sequer me conhecem! É o caso de CP-75, um grande pessoense e, porque não dizer, um grande paraibano!
O leitor menos atento, ou que não seja paraibano, pode ficar se perguntando: “Quem danado é esse CP-75?”. Conforme o próprio já publicou em A UNIÃO, em forma de artigo, crônica ou coisa que o valha, as letras CP são as iniciais de seu nome: Carlos Pereira. Já o 75 ... bem, deixa pra lá, que o amigo leitor já deve imaginar o que seja ... Aliás, quem leu sua crônica já sabe do que se trata. Ponto final.
Mesmo que o sr. Carlos Pereira de Carvalho – acho ser esse o seu nome completo – não me conheça, pois só nos encontramos uma única vez, e isso já faz aproximadamente 20 anos, ouso, daqui pra frente, chamá-lo de meu amigo. Isso mesmo! Pois bem, se tenho consciência de que uma determinada pessoa pública é considerada como da melhor qualidade, no íntimo a tenho como amiga, mesmo sendo de maneira unilateral.
Devo dizer que o amigo Carlos Pereira tem uma série de pontos em comum com este pobre escriba. Com efeito, a exemplo dele, sou também engenheiro rodoviário – trabalho no DNIT/PE há 35 anos e lá vai fumaça!; sou paraibano e adoro a minha querida João Pessoa; ademais, gosto de rádio, no qual militei 25 anos no interior de Pernambuco; gosto também de escrever. A propósito, tive a honra de ser um colaborador mensal do Caderno de Cultura do jornal A UNIÃO, em 2013, quando este jornal completava 120 anos de existência!
Voltando ao amigo Carlos Pereira, gostaria de acrescentar que todos os dias escuto, na Tabajara, as suas crônicas, quer estando em João Pessoa ou em Pernambuco, através da internet, onde também vejo os seus artigos publicados em A UNIÃO.
Não é fácil se fazer a apologia de uma pessoa do quilate do amigo Carlos Pereira em apenas um texto de uma lauda. Pra ser sincero, eu diria que um livro seria mais apropriado para abordarmos as suas qualidades. Quero dizer, as suas boas qualidades.
Embora não me conheça, o amigo Carlos Pereira me fez um grande favor. Não, não é o que leitor deve estar pensando. Não foi um emprego, não foi dinheiro emprestado, nada. E foi tudo ao mesmo tempo. Explico-me. Conforme já frisei, sou engenheiro rodoviário – concursado, a bem da verdade -, e trabalho no DNIT/PE há mais de 35 anos. Pois bem, numa inauguração de uma obra rodoviária em Recife, encontravam-se engenheiros do DER e do então DNER. E dentre eles estava o amigo Carlos Pereira, representando o DER nessa inauguração. Foi então que me apresentei a ele como paraibano, tendo família residindo em João Pessoa. Como era final de semana, pedi-lhe uma carona pra capital paraibana, no que fui atendido incontinenti. Chegando a João Pessoa, pedi-lhe que me deixasse em qualquer ponto da Epitácio Pessoa, que pra mim estava de bom tamanho. Aí ele me disse: “De jeito nenhum, Aderson; diga a rua onde você mora, pois vou deixá-lo na porta de sua casa.” E assim foi feito. Depois disso, nunca mais nos vimos, porém sou eternamente grato ao amigo Carlos Pereira, ou CP-75, como queiram, por esse seu gesto de grandeza e generosidade.