Influência Indígena na Arte Corporal

INTRODUÇÃO

A arte corporal tem suas raízes na modificação corporal que povos primitivos do planeta praticavam e praticam, como forma de marcar ritos, comemorações e homenagens. As três formas muito difundidas são: pintura corporal; maquiagem; e tatuagem.

Dessas três formas a que mais o indígena brasileiro influenciou nossa cultura foi a pintura corporal.

Várias tribos indígenas se tatuavam em reverencia à natureza, mas a popularização dessa arte no Brasil teve início no Porto de Santos com o dinamarquês Lucky Tattoo, que usou seu talento para desenvolver e difundir a tatuagem no Brasil.

Entretanto, a tatuagem dos dias atuais inclui no seu rol de modelos de grafismo os utilizados por nosso nativo que, sem dúvida, consiste em belas e um tanto abstratas formas.

Com relação à maquiagem a influência maior credita-se aos colonizadores.

ARTE CORPORAL

A arte corporal indígena tem muito a ver com a estruturação interna de suas comunidades, distinguindo os grupos em que se divide. Lembra uma das finalidades de nosso vestuário.

Entre nós, entre outras finalidades, a roupa serve para distinguir certos grupos sociais: militares; membros de certas ordens religiosas; torcedores de determinado time; estudantes...

A pintura de corpo pelos indígenas brasileiros não serve só para indicar grupos sociais. Como forma de expressão, pintavam o corpo nu para demonstrar sua maneira de ser, ou seu estado de humor ou, ainda, sua religiosidade.

Os poucos elementos utilizados como espirais, hachuras, volutas, gregas, cruzes e flamas, quando combinados resulta em numero imenso de arranjos, que constitui atividade artística indígena.

Na pintura dos corpos são utilizadas tinturas extraídas de plantas e pós de materiais: o vermelho do urucu; o azul escuro quase negro do jenipapo; o branco do calcário; e o negro do pó de carvão. Como fixadores utilizam substancias gordurosas, como o suco do babaçu, ou substâncias pegajosas, colantes, como o suco do pau-de-leite.

As pinturas são feitas com as mãos e dedos, pequenos estiletes de madeira e espécies de carimbo feito, por exemplo, com talos de palmeira ou coco de babaçu.

Em nossa cultura a pintura corporal foi assimilada, entretanto, exclusivamente como arte plástica. Os materiais utilizados para produzir as tintas foram substituídos por farinha de trigo, açúcar, amido de milho e anilina. No caso de pinturas exclusivamente de rostos e mãos são utilizadas as tintas comuns de maquiagem.

Hoje, os artistas plásticos especializados em pintura corporal utilizam como telas os corpos nus. Pelo fato de a televisão ter grande amplitude de difusão de imagens, uma das pinturas corporais mais conhecidas é a da “Globeleza”.

No dia 18 de maio de 2013 o artista plástico maranhense Madison Araújo roubou a cena na inauguração do estádio Mané Garrincha com a chegada de pintura com as cores da copa no corpo de uma das modelos integradas ao seu projeto "Brasil Tropical, Arte Corporal".

A pintura corporal também é muito utilizada em desfiles carnavalescos e de modas.

De mesma forma como a pintura corporal a tatuagem também foi assimilada, mas alterado seu processo de execução e os materiais utilizados, bem como os desenhos passaram por aperfeiçoamento técnicos e inovações conceituais.

Os motivos que levam os indivíduos a se tatuarem diferem dos primitivos, até mesmo nos de algumas comunidades indígenas atuais. A influência do encontro de culturas não acontece num único sentido, mesmo que seja essa a vontade do dominador.

O uso da pele como um adorno especial para expressar uma ideia, um valor ou simples vaidade é adotado hoje por todas as idades e classes sociais.

Como pinturas corporais ou como tatuagens, essa arte indica a presença da influência indígena na cultura brasileira. São mais que simples adornos ao corpo, revelam um pouco da alma dessas tribos, principalmente as urbanas.

Arte Corporal Mestiça

Escrito nas estrelas:

desse imenso torrão

tinturas de culturas

em tela de diversa nação.

Do urucu, o vermelho

é calor, energia, paixão.

Do jenipapo, o azul-negro,

romance, quase ilusão.

Do calcário, o branco,

é pureza, fraternidade.

Do pó de carvão, o preto,

mistério, luxo, polaridade.

Corpo, mandala de cores,

diversas em matizes mil,

alma tatuada de fulgores,

são telas do mestiço Brasil.

“Arte Corporal Mestiça” é tentativa de registrar, em rimas e canção, o costume indígena de adornar seus corpos com diversidade de formas e cores, simbolizando as telas do mestiço Brasil.

FONTES:

Índio e a Arte - Julio Cezar Melatti

assimsefaz.com.br

soultattoo.com.br

A canção correspondente “Arete Corporal mestiça” encontra-se neste mesmo “site” no endereço: http://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/59056

J Coelho
Enviado por J Coelho em 05/12/2013
Reeditado em 05/12/2013
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