1- Um dia desses, visitando o Facebook, resolvi verificar a nova foto de uma das minhas amigas.
Não resisti, gostei demais, elogiei, pois a querida recantista, sempre muito elegante e charmosa, estava deslumbrante.
 
Foi uma forma de interagir bem descontraída.
 
Se o Face possui as cutucadas, eu dei um “cutucamar”.
 
2- Enviei uma mensagem revelando que não quis ser inconveniente nem ousado, pedindo que a gata não me interpretasse mal.
 
Muito jovial ela disse que não ficou zangada e pediu para eu relaxar.
 
Conforme já havia percebido, pude confirmar o quanto essa amiga, além de ser uma escritora espetacular (ela participa do doce canto, o Recanto), possui uma personalidade excepcional, ressaltando ter uma mente aberta e moderna.
 
3- Esse tipo de interação, com amigos e amigas agradáveis demais, parecia uma possibilidade interessante no Face.
 
Por que eu escrevi “parecia”?
Infelizmente o Face não estimula amizades inéditas.
 
Como assim, Ilmar?
 
4- Costumava convidar pessoas que conheciam Fulano ou Sicrana, um amigo ou uma amiga do Face.
O meu objetivo era “puxar” essas amizades para mim.
 
Não demorava nada, eu recebia uma mensagem esclarecendo que me suspenderam durante trinta dias.
Alegavam que eu convidei pessoas as quais não conheço.
 
Eu ficava surpreso e confuso.
 
5- Imediatamente recordava a frase “Só adiciono quem eu conheço”, famosa nos tempos do orkut.
 
Fazendo uma reflexão simples, na época do orkut, eu indagava:
 
Se eu só adicionar quem eu conheço, não conhecerei ninguém novo.
Como eu posso desenvolver outras amizades se apenas me permitem interagir com as velhas?
 
Afinal de contas, que bobagem é essa?
 
6- Ousei refletir um pouquinho mais.
 
É óbvio que as minhas atuais amizades um dia foram novas.
Todos os indivíduos que eu hoje conheço um dia foram desconhecidos.
 
A partir do nosso nascimento, supondo que nós nascemos conhecendo nossas mães, estamos sempre conhecendo novas pessoas.
 
7- Primeiro conhecemos nosso pai, depois os irmãos, aí vem a vizinha fofoqueira, os amigos dos meus pais, a médica que nos examina, enfim, nunca paramos de conhecer as pessoas.
 
Crescemos conhecendo os coleguinhas, sempre aumentando um grupo que não tem limites de extensão.
 
É ótimo poder somar amizades.
 
8- Segundo o orkut e Face, caranguejos da mesma lama, essa ação natural e enriquecedora deve ser interrompida, pois antes (na época do orkut inteligente) “só adicionavam os conhecidos” e hoje (no período do sábio Face) punem quando convidamos "quem não conhecemos”.
 
Pode?
 
Se eu convidava, desejava conhecer!
Será que cometia algum pecado?
 
9- Vou fazer uma confissão, espero que vocês não espalhem.
 
Eu curto conhecer perfis femininos atraentes.
 
Eu olho, pesquiso, analiso.
Quando vejo fotos de gostosas, mando o convite.
 
Nunca convido homens.
Aqueles que conheço, se solicitam minha amizade, eu topo.
 
10- Não tenho tempo a perder.
 
Prefiro correr atrás das simpáticas, charmosas e sensuais.
Elas precisam de mim, eu não sei viver sem elas.
 
É simples, porém o Face me punia alegando que eu estava convidando quem eu não conheço.
O site não entendeu que o objetivo era exatamente conhecê-las.
 
Caso elas fossem receptivas, eu poderia me dar muito bem.
 
11- Toda a farra que planejei foi contida por punições implacáveis.
 
Me puniram umas três vezes, parei de convidar as gostosas.
Depois decidi não convidar mais ninguém.
 
Cansei do Face.
Nunca aceitei essa censura.
 
Por que eu não posso convidar as princesas?
Como poderei conhecê-las?
O que será de mim se elas sumirem?
 
12- Vale citar que alguns casais, depois de vários anos casados, brigam e, no meio da discussão, costuma surgir a afirmação “Eu pensei que te conhecia, mas me enganei!”.
 
Se os casados frustrados descobrem tardiamente que moravam com grandes desconhecidos os quais consideravam conhecidos, como eu posso conhecer quem jamais conheci?
 
Antes ele ou ela conhecia e dizia amar...
Agora desconhece e quer que vá se lascar!
 
O Face não permite que eu tente conhecer quem eu não conheço, mas quero conhecer!
 
Que confusão é essa, galera?
 
13- Certa vez eu perguntei a uma amiga do Face se poderia ver as fotos dela (ratificando o que já falei, eu não perco tempo).
 
Ela, meio chateada, disse que eu sempre pude ver, pois eu já era sua amiga há tempo, ou seja, ela já estava na minha lista de amigos.
Eu não havia notado.
 
Isso prova que ter um milhão de amigos no Face não significa nada.
 
14- Aliás, para finalizar, percebo que escrever um texto comentando os absurdos e as contradições do Face demonstra que as idéias fugiram.
 
Qual é o sentido das conclusões que a foto acima apresenta?
Por que tamanha loucura?
Será que eu estou visitando o Face demais?
 
Estou com medo!
Será que a inspiração quer se tornar minha desconhecida?
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 20/08/2013
Reeditado em 20/08/2013
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