PRESÍDIO SÓ COM PLEBISCITO

Meus artigos são publicados as sextas-feiras no Jornal do Povo, em Rio Negrinho - SC.

Rio Negrinho é a cara do corporativismo político brasileiro. Cuspida e escarrada. E se a sociedade não permanecer atenta, esse corporativismo acabará alterando o nosso futuro, sem ter legitimidade para isso.

Para os míopes e cegos, não estamos falando no futuro de amanhã. É o futuro dos seus netos e bisnetos. Quando muitos, inclusive eu, já seremos manjar de minhocas. Político sem essa capacidade visionária deveria pedir o boné, e ainda se envergonhar de um dia ter representado a sua sociedade.

Também, não estamos falando de consertar bueiros. Ou fechar trevos. Está em andamento a ideia da construção de um presídio em Rio Negrinho. Em troca de algumas benesses políticas a ideia partiu do prefeito Alcides, que não eleito para isso. Agora como quem não quer nada, os vereadores da base aliada, e maioria na Câmara, estão se movimentando. Eles também, não foram eleitos para isso. E benesses politicas são bem conhecidas. De repente, computadores se transformam em trablets.

E tem mais. Garanto que nenhum cidadão deu ou dará carta de representação, para que empresários e entidades participem desse processo. Mesmo que sejam com visitas inocentes. E depois com as “audiências públicas”. Outra das grandes basbaquices criadas pelo Partido dos Trabalhadores. Em nome da legitimidade.

Mais espantoso ainda, é convidar delegados, promotores e juízes para dar opinião. Com todo respeito, eles nem deveriam ser convidados. O motivo é simples. Essas autoridades não podem opinar sobre o nosso futuro. Aqui elas são “turistas”. Estão de passagem. Eu espero o mínimo delas. Bom senso e responsabilidade. E que permaneçam caladas.

Geograficamente estamos entre Mafra e São Bento do Sul. Mesmo para aqueles que não enxergam um palmo a frente do nariz, e são muitos, fica fácil saber qual o exemplo que devemos seguir. Alguém já se perguntou de onde vem à força política de São Bento do Sul? E por que dependemos deles para tantas coisas?

Não podemos aceitar um presídio em troca de benesses políticas. Num primeiro momento, haverá filas pela paternidade. Esse bater no peito e gritar “eu fiz” está virando moda e dando nojo. Quando a coisa começar a dar errada, e vai dar, certamente não encontraremos ninguém para responsabilizar. Ninguém na fila.

Então, se querem que a ideia de um presídio em Rio Negrinho siga adiante, proponho que se faça um plebiscito. Uma mudança dessa magnitude, que afetará o município e gerações para sempre, deve ser decidida pelo povo. E não por empresários ou entidades. Muito menos por uma classe politica corporativista, e sem opinião própria.

Não gostaria que a minha geração fosse lembrada por um epitáfio de “burra” com razão.